Num relatório intitulado 'O Vírus da Fome Multiplica', a ONG dedicada à luta contra a pobreza indicou que o número de mortos por fome ultrapassa os da Covid-19, que mata cerca de sete pessoas por minuto.
"As estatísticas são espantosas, mas devemos lembrar que estes números são compostos por pessoas individuais que enfrentam um sofrimento inimaginável. Mesmo uma pessoa é demasiada", disse o presidente e director executivo da Oxfam America.
O grupo humanitário também disse que 155 milhões de pessoas em todo o mundo vivem agora em níveis de crise de insegurança alimentar ou pior, cerca de 20 milhões mais do que no ano passado. Cerca de dois terços destas enfrentam a fome porque o seu país está em conflito militar.
Apesar da pandemia, a Oxfam afirmou que as despesas militares globais aumentaram em cerca de 45 mil milhões de euros durante a pandemia - um montante que excede em pelo menos seis vezes o que a ONU precisa para acabar com a fome.
O relatório enumerou uma série de países como os piores em relação à fome, incluindo o Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul, Síria e Iémen - todos envolvidos em conflitos.
"A fome continua a ser utilizada como arma de guerra, privando os civis de alimentos e água e impedindo a ajuda humanitária. As pessoas não conseguem viver em segurança ou encontrar alimentos quando os seus mercados estão a ser bombardeados e as colheitas e o gado são destruídos", disse o presidente da ONG.
O aquecimento global e as repercussões económicas da pandemia causaram um aumento de 40% nos preços globais dos alimentos, o mais alto em mais de uma década, lê-se no relatório.