O agora secretário-geral da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (ACP) considerou também que deve haver uma reflexão sobre o mandato do secretário executivo.
Georges Chikoti fez estas curtas declarações à Lusa, em Lisboa, a propósito do 25.º aniversário da CPLP, que se celebra no próximo dia 17 de Julho, segundo e último dia da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, que este ano se realiza em Angola, país que assumirá a partir daquela data a presidência da comunidade.
"A CPLP é uma organização muito importante e é bom que isso se mantenha no centro das preocupações dos chefes de Estado, para fazer dela uma grande organização", afirmou quando faltavam poucos dias para a realização da Cimeira.
"Provavelmente, é possível que se aumente a sua dimensão de acção, provavelmente é possível que se aumentem as suas contribuições, para que o orçamento da CPLP possa ser maior", sublinhou.
O antigo ministro das Relações Exteriores de Angola falou dos desafios de hoje, que no seu entender "podem ser muito maiores agora, sobretudo nesta era da pandemia, que estamos a viver".
A reconfiguração da CPLP "depende muito mais da vontade dos Estados-membros. Só eles é que podem dimensionar ou redimensionar a organização", salientou.
"Se se olhar para a organização é importante que se continue a reflectir neste sentido para a fazer chegar ao tamanho que ela merece", explicou.
Na opinião do antigo ministro angolano, os Chefes de Estado também devem reflectir sobre o mandato do secretário executivo, que hoje é de dois anos, podendo ser prolongado por mais dois, se os Estados assim o entenderem, de acordo com os estatutos da organização.
Quando a CPLP comemorou 20 anos, ou seja, em 2016, o então ministro das Relações Exteriores de Angola admitiu a necessidade de reestruturação da organização e defendeu a clarificação de regras de sucessão do secretário executivo.
Angola assumirá oficialmente a presidência rotativa da CPLP durante a cimeira, sucedendo a Cabo Verde, que teve o seu mandato prolongado por mais um ano, a pedido do governo angolano devido à pandemia de covid-19.
O lema da presidência de Angola é "Construir e fortalecer um Futuro Comum e Sustentável".
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.