Ali Khamenei pede a manifestantes para não fazerem o "jogo do inimigo"

PorLusa,23 jul 2021 15:29

O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, pediu hoje aos manifestantes que protestam no sudoeste do Irão que não façam o jogo dos "inimigos" do país pois, alertou, estes poderiam tirar partido da situação.

As pessoas expressaram o seu descontentamento e de forma alguma podemos culpá-las", disse o 'ayatollah' Ali Khamenei, reconhecendo que "o problema da água não é pequeno, especialmente com o clima quente no [província do] Cuzistão".

Entretanto, "o inimigo procura usar tudo contra a Revolução, o país e os interesses do povo, por isso devemos ter o cuidado de não lhe dar um pretexto", acrescentou Khamenei ao dirigir-se aos habitantes da província do Cuzistão, segundo comunicado de imprensa divulgado na sua página da Internet.

O Cuzistão, região onde estão localizados os principais campos de petróleo do Irão, foi atingido desde o final de Março por uma seca que gerou protestos em várias cidades da província, onde oficialmente pelo menos três pessoas morreram desde a semana passada.

A organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional (AI) declarou hoje ter a confirmação da morte de pelo menos oito manifestantes, incluindo um adolescente, Hadi Bahmani, morto na cidade de Izeh.

Nos últimos dias, os meios de comunicação em persa baseados no estrangeiro relataram que as manifestações foram reprimidas pela polícia, enquanto os meios de comunicação locais inicialmente foram bastante silenciosos sobre o assunto.

De acordo com o Iribnews, o portal da televisão estatal, uma pessoa foi morta e duas outras baleadas e feridas na noite de quinta-feira em "motins" na província vizinha de Lorestan, "sob o pretexto de problemas de água no Cuzistão".

Esta foi a primeira vez que os meios de comunicação locais falaram em manifestações ou vítimas fora do Cuzistão, desde o início das tensões nesta província.

Na quinta-feira, o Presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que os residentes do Cuzistão têm "o direito" de "se expressarem" e "até mesmo de ir às ruas dentro da estrutura dos regulamentos".

A população da província, que conta com uma grande minoria árabe, queixa-se regularmente de ser deixada para trás pelas autoridades iranianas.

O Cuzistão foi um dos focos da onda de protestos, reprimidos com violência, contra o poder em Novembro de 2019.

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Autoria:Lusa,23 jul 2021 15:29

Editado porDulcina Mendes  em  23 jul 2021 16:00

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