EUA querem integração de grupos armados nas forças regulares sudanesas

PorLusa, Expresso das Ilhas,3 ago 2021 14:43

A directora da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, apelou hoje, durante uma visita ao Sudão, à integração de grupos armados nas forças regulares sudanesas, uma questão espinhosa e motivo de tensão no país.

O Sudão é governado por civis e militares, ao abrigo de um acordo alcançado em Agosto de 2019, após a queda de Omar al-Bashir, expulso do poder em Abril do mesmo ano, após protestos populares.

O destino dos grupos armados é um dos desafios enfrentados pelo governo de Abdallah Hamdok, que quer virar a página sobre décadas de conflito interno.

Mas a questão da integração no exército regular das Forças de Apoio Rápido (RSF), um poderoso grupo paramilitar, está a dificultar o frágil processo de transição política para um governo civil no Sudão.

O comandante desta força, general Mohamed HamdanDaglo, conhecido como "Hemedti", rejeitou esta integração no início de junho, apesar de ter sido prevista no acordo de agosto de 2019.

"Os Estados Unidos concordam que o exército sudanês deve ter um comando único e unificado", disse Samantha Power hoje, último dia de uma visita de quatro dias ao Sudão.

"Apoiaremos ativamente a reforma das forças de segurança e a integração formal da RSF, bem como dos grupos armados da oposição", referiu, durante um discurso na Universidade de Khartoum.

Durante a sua visita, a funcionária americana visitou a região ocidental de Darfur, o cenário de anos de conflito entre rebeldes e forças pró-governamentais que deixou centenas de milhares de mortos e milhões de desalojados, sob o regime de Bashir.

Visitou também o campo de Umm Raquba no leste do Sudão, perto da fronteira com a Etiópia, lar de milhares de refugiados que fugiram dos combates mortais em Tigray, na Etiópia.

Samantha Power anunciou 56 milhões de dólares (47,1 milhões de euros) em "assistência para salvar vidas" ao Sudão e outros 4,3 milhões de dólares (3,6 milhões de euros) para apoiar as eleições marcadas para o fim do período de transição em 2024.

Anunciou também a chegada de um carregamento de vacinas contra a COVID-19 nos próximos dias.

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Sudão EUA

Autoria:Lusa, Expresso das Ilhas,3 ago 2021 14:43

Editado porSheilla Ribeiro  em  4 ago 2021 0:03

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