De acordo com uma fonte citada pela agência Efe, a equipa técnica deu início a conversações com base "num pedido da outra parte", mas não há ainda um acordo para oferecer assistência técnica aos talibãs, que agora controlam o aeroporto.
As conversações estão em curso, a nível de "segurança e operação", precisou a mesma fonte, segundo a qual o objetivo é que os voos sejam retomados de e para Cabul "para a ajuda humanitária e para oferecer a liberdade de movimentos de uma forma segura", incluindo a retirada de civis afegãos que desejem abandonar o país.
Por seu lado, a estação de televisão qatari Al-Jazira noticiou que os talibãs preferem que a retoma das operações no aeroporto de Cabul esteja em "mãos afegãs", mas estão dispostos a pedir ajuda à Turquia ou ao Qatar, segundo indicaram fontes do grupo islamista radical.
Hoje mesmo, o ministro dos Negócios Estrangeiros qatari, Mohammed bin Abderrahman Al-Zani, instou os talibãs a abrirem um "corredor seguro" para a saída e entrada dos civis no país, numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga holandesa, Sigrid Kaag, em Doha.
Al-Zani afirmou que "o Estado qatari está a trabalhar de forma contínua para facilitar a saída dos estrangeiros do Afeganistão", sem fornecer mais pormenores sobre o papel do Qatar que, nos últimos anos, manteve boas relações com o movimento talibã.
"Instamos os talibãs a permitirem a liberdade de circulação e a estabelecerem um corredor seguro para a saída e entrada das pessoas", acrescentou o chefe da diplomacia qatari.
O Qatar acolhe a principal base militar dos Estados Unidos no golfo pérsico, a base aérea de Al-Udeid, na qual fizeram escala muitos dos voos de evacuação de Cabul nas últimas duas semanas.
Os talibãs conquistaram Cabul a 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO que se encontravam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.