Saab perdeu quase 10 milhões de dólares da sua fortuna como parte do seu acordo de cooperação com os Estados Unidos, que incluiu várias reuniões com a polícia norte-americana na Colômbia e noutros locais.
No entanto, o empresário foi desactivado como fonte após não ter cumprido um prazo de 30 Maio de 2019 para se entregar.
Dois meses depois, Alex Saab foi indiciado no tribunal federal de Miami (Estados Unidos) sob a acusação de desviar milhões de contratos estatais para construir moradias para o governo socialista da Venezuela.
Os Estados Unidos descreveram Saab como sendo o principal canal de corrupção na Venezuela, alguém que colheu enormes lucros de contratos duvidosos para importar alimentos, enquanto milhões de pessoas naquele país passavam fome.
Em 06 de Janeiro, o Governo venezuelano condicionou uma eventual retoma do diálogo com a oposição à libertação do empresário colombiano Alex Saab, detido nos EUA por suspeita de lavagem e dinheiro e tido como testa-de-ferro de Nicolás Maduro.
“Querem diálogo? Libertem Alex Saab para que se incorpore à mesa de diálogo com as ‘oposições’ venezuelanas”, disse Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (AN), organismo dirigido por apoiantes do regime e onde o chavismo detém a maioria.
Jorge Rodríguez falava durante a instalação do período de sanções da AN, onde acusou a oposição, aliada do ex-presidente do parlamento, Juan Guaidó, de “roubar” dinheiros e activos da Venezuela.
“Parem de roubar os dinheiros que não lhes pertencem e devolvam ao povo da Venezuela o que roubaram. Os activos que estão roubando, o ouro de Inglaterra, Monómeros e Citgo (filiais da petrolífera estatal na Colômbia e nos EUA)”, disse o político.
Alex Saab, 49 anos, foi detido pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas em 12 de Junho de 2020, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos EUA, numa viagem para o Irão em representação da Venezuela, com passaporte diplomático, enquanto ‘enviado especial’ do Governo venezuelano.
A sua detenção colocou Cabo Verde no centro de uma disputa entre o regime do Presidente Nicolás Maduro, na Venezuela, que alega as suas funções diplomáticas aquando da detenção, e a Presidência norte-americana, bem como irregularidades no mandado de captura internacional e no processo de detenção.
Washington pediu a sua extradição, acusando-o de branquear 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.