“A circulação de pessoas potencialmente em perigo antes da chegada da tempestade, a sensibilização para o reforço das infraestruturas nacionais, a criação de abrigos, são algumas das medidas que tomámos para evitar o pior”, disse por telefone na sexta-feira à agência Efe o director do BNGRC, Paolo Emilio Raholinarivo.
O ciclone Emnati entrou em Madagáscar na madrugada de 23 de Fevereiro pela localidade de Manakara, na costa leste do país, com ventos da ordem dos 150 a 200 quilómetros por hora e deixou o país no mesmo dia, indicou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Embora tenha perdido força durante a sua passagem por Madagáscar, o Emnati causou danos no sul e sudeste do país, incluindo algumas áreas afectadas há pouco mais de duas semanas pela passagem do ciclone Batsirai, que provocou a morte de 120 pessoas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estas zonas da ilha, especialmente o sul, também enfrentam há um ano a pior seca das últimas quatro décadas, que deixou cerca de 1,64 milhões de pessoas a sofrer de insegurança alimentar.
O OCHA chamou ainda a atenção para a possibilidade de inundações repentinas, já que as terras estão muito secas nessas áreas.
O ciclone Emnati causou também a destruição de mais de 3.600 casas e cerca de 1.850 salas de aula, segundo o BNGRC, além de ter provocado o encerramento de 20 estradas por causa das inundações, deslizamentos de terra e pela queda de árvores.
É a quarta tempestade a atingir a ilha de Madagáscar desde o início da estação das chuvas na região, depois das tempestades Dumako, Batsirai e Ana.
Em Janeiro deste ano, o ciclone Ana causou pelo menos 58 mortos, a maioria na capital, Antananarivo, e afectou cerca de 131 mil pessoas em toda a ilha, segundo o OCHA.
Dados da ONU revelam ainda que o ciclone Ana também provocou danos materiais e humanos em Moçambique, tendo causado 38 mortos e 207 feridos e afectado mais de 185 mil pessoas, enquanto no Malaui houve 46 mortos e 206 feridos.