Num discurso na “Conferência Económica Dakar 2022", realizada este sábado, mas difundido este domingo pela rádio privada local RFM, Macky Sall defendeu a "necessidade, face à injustiça de classificações às vezes muito arbitrárias, de ter uma agência de classificação pan-africana”.
"Em 2020, enquanto todas as economias sofriam os efeitos da Covid-19, 18 dos 32 países africanos classificados por pelo menos uma das principais agências de notação, viram a sua classificação revista em baixa. Isso representa 56% das classificações revistas em baixa para países africanos em relação a um índice global médio de 31% nesse período”, disse.
O actual presidente da UA argumentou que existem estudos a indicar que pelo menos 20% dos critérios de classificação para os países africanos se baseiam em factores culturais ou linguísticos “bastante subjectivos” ou “alheios aos parâmetros” que medem a estabilidade de uma economia.
Para Macky Sall, uma das consequências é que “a percepção do risco do investimento em África é sempre superior ao risco real. Encontramos-nos, assim, a pagar mais prémios de seguro do que o necessário, o que aumenta o custo do crédito concedido ao nosso país”.
"Continuamos a pagar taxas de juros muito altas, devido a um sistema injusto de avaliação de risco de investimento em África", vincou.