"O ataque no Togo que matou vários civis e a explosão de pontes no Burkina Faso, com o objetivo de isolar ainda mais as populações civis, mostram um agravamento da ameaça no Sahel e no Golfo da Guiné", escreveu no Twitter o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.
Borrell acrescentou que a "UE continua totalmente mobilizada para combater este flagelo".
Mais de 20 pessoas morreram na noite de quinta-feira para hoje em ataques de fundamentalistas islâmicos contra várias localidades no norte do Togo.
"Durante a noite de 14 para 15 de julho de 2022, uma série de ataques terroristas ocorreu nas cidades de Kpembole, Blamonga, Souguitangou e Lalabiga, nas municipalidades de Kpendjal e Kpendjal Oeste, causando mais de 20 vítimas, que foram executadas cobarde e friamente pelos atacantes", lê-se num comunicado do governo togolês.
"As operações de busca continuam a identificar todas as vítimas, tranquilizar a população e neutralizar esses criminosos hediondos", acrescentou o governo.
Após o atentado, o Presidente togolês, Faure Gnassingbé, deslocou-se "imediatamente" ao local dos ataques, onde expressou as suas condolências às famílias dos mortos e restante população tendo desejou aos feridos uma rápida recuperação.
O Governo garantiu que fará "todo o possível para garantir a proteção da população e a integridade do território".
Em meados de junho, o governo do Togo decretou o "estado de emergência de segurança" na região de Savanes (onde estão as localidades atacadas) depois de registar dois alegados ataques terroristas contra postos militares na região em novembro de 2021 e maio de 2022.
Nas primeiras horas de 10 a 11 de maio, oito soldados togoleses morreram e 13 ficaram feridos após "um violento ataque terrorista realizado por um grupo de indivíduos fortemente armados, ainda não identificados", disseram então as autoridades togolesas.
O incidente foi o primeiro suspeito de ataque terrorista mortal do país.
Na sexta-feira, o Exército togolês reconheceu ter matado sete adolescentes na região de Savanes no fim de semana passado, depois de os confundir "com uma coluna de extremistas islâmicos em movimento".
A região de Savanes faz fronteira com o Burkina Faso, país que sofre com frequência e desde 2015 ataques de extremistas islâmicos de movimentos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico.
Muitos especialistas alertaram para a possibilidade de os grupos extremistas islâmicos que operam no Sahel central (Burkina Faso, Mali e Níger) possam expandir suas operações para países costeiros da África Ocidental, como Togo ou Benim.