Eleições gerais no Quénia decorrem de forma "pacífica"

PorExpresso das Ilhas, Lusa,9 ago 2022 14:17

As eleições gerais no Quénia estão até agora a decorrer "pacificamente", de uma maneira geral, afirmou hoje em Nairobi o eurodeputado eslovaco Ivan Stefanec, líder da missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) no país.

"Com apenas duas horas de observação das mesas de voto, não podemos tirar quaisquer conclusões", mas, "até agora, estamos a registar um processo pacífico", indicou Stefanec, que lidera uma equipa de mais de 160 observadores da UE espalhados por 39 dos 47 condados do país chamados a votar na escolha do Presidente, deputados às duas câmaras do parlamento queniano, assim como governadores e legisladores locais.

A Comissão Eleitoral Independente (IEBC, na sigla em inglês) queniana registou, no entanto, alguns incidentes isolados, como o adiamento das eleições num dos círculos eleitorais do condado nordeste de Wajir (fronteira com a Somália), por falta de segurança, depois de homens armados terem atacado o local da assembleia de voto ontem à noite.

"Espero que estas eleições sejam pacíficas, credíveis e transparentes", afirmou Stefanec, fazendo eco das declarações feitas pelo Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, na segunda-feira.

"A UE deseja a todos os candidatos a melhor das sortes e apela a um processo pacífico e transparente, que permita que todos os quenianos façam ouvir as suas vozes", fez saber o diplomata, através da sua conta na rede social Twitter na segunda-feira à noite.

Depois de visitar hoje várias mesas de voto em Nairobi, o chefe da missão da UE observou que "as pessoas esperam pacientemente nas filas de espera e o processo no interior [mesas de voto] está a funcionar".

Isto mostra que "a democracia está a funcionar", afirmou Stefanec.

A missão, que iniciou os seus trabalhos em 27 de junho, com a chegada ao Quénia de uma primeira equipa de 12 peritos, não só garantiu a sua presença no dia da votação, como também observou a campanha que a antecedeu através do destacamento em meados de julho de um primeiro grupo de 48 observadores, a que hoje se juntaram mais 48.

Os observadores são provenientes de 25 Estados-membros europeus, bem como da Noruega, Suíça e Canadá.

A missão emitirá uma declaração preliminar dois dias após as eleições e permanecerá no país até que todo o processo eleitoral esteja concluído, de acordo com a metodologia de observação eleitoral da UE.

Um relatório final será apresentado cerca de dois meses após a conclusão do processo, confirmou Stefanec.

Foram também destacadas missões de observação pela União Africana (UA) e pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), um bloco económico de oito Estados da África Oriental, entre outros organismos internacionais.

O escrutínio conta com 22,1 milhões de eleitores inscritos - de uma população nacional de cerca de 55 milhões. Foram distribuídas pelo país pouco mais de 46.200 mesas de voto, que estarão abertas entre as 06:00 locais (03:00 TMG) e as 17:00, de acordo com dados fornecidos pela IEBC.

O vencedor destas eleições será o quinto Presidente do país desde que se tornou independente do Reino Unido em 1963 e substituirá Uhuru Kenyatta, que completa o seu segundo e último mandato presidencial de cinco anos.

O vice-presidente do Quénia, William Ruto, e um antigo primeiro-ministro, Raila Odinga, são os dois favoritos a vencer a corrida presidencial na que será uma das eleições mais disputadas de África, em que os advogados George Wajackoyah e David Mwaure concorrem também, mas sem qualquer hipótese realista de vitória.

De acordo com a maioria das sondagens até agora, nenhum dos dois primeiros classificados obterá mais de 50% dos votos a nível nacional e 25% dos votos na maioria dos condados, as duas condições para uma vitória à primeira volta.

Se os dois requisitos não forem alcançados, o país irá novamente a votos num prazo máximo de 30 dias.

Para garantir a segurança da votação, foram mobilizados cerca de 150.000 agentes da lei em todo o país, de acordo com informações da polícia queniana.

O Quénia é frequentemente identificado pela comunidade internacional como uma potência estabilizadora na conturbada região do Corno de África e um parceiro leal do Ocidente.

O país destaca-se como a sexta maior potência económica de África e uma das economias em desenvolvimento com mais rápido crescimento em todo o continente, tendo registado um aumento anual do Produto Interno Bruto 5,7% entre 2015 e 2019.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,9 ago 2022 14:17

Editado porAndre Amaral  em  10 ago 2022 0:01

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