O gabinete da procuradora-geral da Florida, Ashley Moody, divulgou esta quarta-feira, em comunicado, que há 25 acusados por tráfico de droga, que são membros de um gangue criminoso mexicano que se dedica à venda desta substância nas prisões daquele Estado no sudeste dos EUA.
Na nota, a Procuradoria-Geral aponta que estes detidos estavam ligados a cartéis de droga mexicanos e que são, especificamente, membros da quadrilha SUR-13, responsável por crimes relacionados com o tráfico de drogas.
Ashley Moody pediu em Julho ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que classificasse o fentanil, responsável por dezenas de milhares de mortes no país, como uma "arma de destruição em massa".
Drogas sintéticas muito poderosas, como o fentanil, são responsáveis por novos máximos de mortos por overdose nos EUA.
O fentanil é um opioide sintético que pode ser 50 vezes mais potente que a heroína, e mesmo uma pequena quantidade pode ser letal.
De acordo com a investigação liderada pela polícia federal norte-americana (FBI), o Departamento de Segurança Interna e o gabinete do xerife do Condado de Hendry, membros do gangue SUR-13 operavam uma organização de tráfico de drogas nas prisões da Florida.
A procuradora apontou que, em apenas alguns meses, as autoridades apreenderam fentanil suficiente "para eliminar a população combinada de 66 dos 67 condados da Florida: mais de 19 milhões de pessoas".
De acordo com a investigação, em colaboração com os gangues MS-13 e Latin Kings, os líderes da organização criminosa autorizaram a execução de outros presos e a distribuição de drogas do México.
Através de telemóveis contrabandeados, os membros do SUR-13 comunicavam entre si desde diferentes prisões em todo o Estado.
Durante a operação, as autoridades apreenderam mais de 23 quilos de fentanil, além de 172 quilos de metanfetamina, 2,2 quilos de cocaína, 566 gramas de oxicodona, 453 gramas de heroína de alcatrão preto e 226 gramas de morfina.
A justiça norte-americana acusou os 25 suspeitos de 64 acusações que incluem extorsão, tráfico de drogas e conspiração para o crime organizado, entre muitas outras.
Em 2021, 77% de todas as mortes por overdose de adolescentes nos EUA estavam relacionadas ao uso de fentanil.
Na Florida, em doze meses, entre Outubro de 2020 e Setembro de 2021, overdoses mataram 7.574 pessoas, face às 7.422 no mesmo período do ano anterior.
Em 2019, o Departamento de Segurança Interna já considerava classificar o fentanil uma arma de destruição em massa, dada a sua "alta toxicidade e a crescente disponibilidade da droga".