Segundo o site mag.sapo.pt, a notícia foi avançada pela assessoria de imprensa da artista, que não indicou a causa da morte.
Gal Costa era uma das atracções do festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no último fim de semana, mas teve a sua participação cancelada à última hora. Na altura, a sua equipa avançara que ficaria fora dos palcos até o final de Novembro, seguindo as recomendações médicas para a necessidade de recuperar de uma cirurgia em Setembro para remover um nódulo na fossa nasal direita.
A cantora brasileira também tinha na agenda dois concertos em Portugal, marcados para Novembro em Lisboa e Porto, que haviam sido adiados para o próximo ano pela mesma razão.
Gal Costa actuou regularmente em Portugal e a 17 de Julho, encerrou a sua digressão pela Europa com dois concertos naquele país, sendo o último em Valença, no encerramento do novo Festival Contrasta. Voltar, recordava em 2017, era “matar saudades de um público e de um país onde se é feliz”.
A "ligação é fácil”, acrescentava, a começar pelo facto de o avô ser da ilha da Madeira e de também a avó ser filha de portugueses.
Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, natural de Salvador da Bahia, Gal Costa estreou-se em Agosto de 1964, no espectáculo “Nós, por exemplo”, ao lado de Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que marcou a afirmação do movimento conhecido por Tropicalismo.
Participou no I Festival Internacional da Canção, em 1966, no Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, editou o seu primeiro álbum, “Domingo”, iniciando um percurso discográfico com mais de 30 álbuns de estúdio e nove gravados ao vivo, alguns com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Entre as músicas a que deu alma estão “Baby”, "Um Dia de Domingo", “Meu Bem, Meu Mal”, “Modinha para Gabriela” , “O Meu Nome é Gal”, "Tigresa", "Sua Estupidez", "Você Não Entende Nada", "Da Maior Importância", "Tudo Dói", "Recanto Escuro", "Divino Maravilhoso", "Folhetim", "Mãe", "Minha Voz, Minha Vida", "Barato Total" "Autotune Autoerótico", "Cara do Mundo", "Deus é o Amor", "Dom de Iludir", "Neguinho", "O Amor" e "Vapor Barato", "Mansidão" ou "Força Estranha".
Em Janeiro de 2016, a edição brasileira da revista Rolling Stone destacou-a como “uma das maiores vozes do Brasil”, notando que continuava a renovar o seu público quando estava prestes a celebrar 50 anos de carreira.
A revista Veja, de Fevereiro desse ano, fazendo um balanço, chamou-a “musa eterna do Tropicalismo”, que “não parou no tempo” e se “continua reinventando”.
Em 2017, Gal Costa afirmou à agência Lusa no balanço da sua carreira que considerava “uma cantora muito emblemática”, antes de explicar: “Comecei influenciada pela Bossa Nova, mas eu ouvi toda a geração anterior a mim, pois cantei ainda antes de falar”, referindo em seguida o compromisso com o Tropicalismo.
“A minha carreira tem uma riqueza de detalhes e uma riqueza musical”, realçou.