A organização não-governamental (ONG) Convenção para o Respeito dos Direitos Humanos (CRDH) afirmou que os assaltantes invadiram as aldeias de Apakolu, Abulembi e Mangina Pori, todas situadas no território de Irumu, sem que as autoridades se tenham pronunciado sobre o assunto.
Christophe Munyanderu, o coordenador da ONG no leste do país, criticou a inação das forças de segurança e lamentou que mais de 45 pessoas tenham sido mortas em Irumu durante o último mês, de acordo com a estação de rádio congolesa Radio Okapi.
As ADF, um grupo ugandês criado nos anos 1990 que era particularmente activo no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) e acusado de matar centenas de civis nessa parte do país, podem estar a tentar voltar a operar no Uganda, de onde se retirou em 2003 após uma série de operações militares que reduziram drasticamente a sua capacidade de realizar ataques no país.
O grupo separou-se em 2019 após Musa Baluku - sancionado pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos - ter prometido fidelidade ao grupo terrorista Estado Islâmico da Província da África Central (ISCAP, na sigla em inglês), sob cuja bandeira tem vindo a operar desde então. O aumento dos seus ataques e a reivindicação de um ataque na capital ugandesa, Kampala, levaram ambos os países a lançar operações conjuntas no leste da RDCongo.
Baluku sucedeu a Jamil Mukulu como líder do grupo após a sua prisão de 2015 na Tanzânia.
Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da força de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (Monusco), com mais de 16.000 militares uniformizados no terreno.