"Face à posição publicamente assumida ontem [terça-feira], (...) decidimos suspender os efeitos jurídicos do decreto" que estabelece um cessar-fogo bilateral com o ELN por seis meses, de 01 de Janeiro a 30 de Junho, afirmou Alfonso Prada à comunicação social no final de uma reunião de emergência convocada hoje pelo Presidente colombiano, Gustavo Petro.
Prada acrescentou que o tema voltará a ser discutido numa segunda fase de negociações planeadas para terem lugar no México.
Acompanhado do ministro da Defesa, Iván Velásquez, e do Alto-Comissário para a Paz, Danilo Rueda, Prada explicou que as Forças Armadas "mantêm plenos poderes" na ofensiva contra a guerrilha, o que abre portas a novas medidas até que haja algum tipo de acordo.
O Governo quer "dar o tempo necessário" para os protocolos que devem reger a possível cessação de hostilidades serem tratados em diálogo com o ELN, e assim que estas medidas estiverem "totalmente acordadas", o decreto de cessar-fogo entrará em vigor, explicou o ministro do Interior.
O Exército de Libertação Nacional ['guevarista'] desmentiu na terça-feira a existência de qualquer acordo bilateral de cessar-fogo com o Governo da Colômbia.
"A delegação do ELN não discutiu com o Governo de Gustavo Petro qualquer proposta de cessar-fogo bilateral; não há, portanto, ainda qualquer acordo sobre esta questão", afirmou a organização rebelde num comunicado divulgado nas redes sociais e assinado pelo seu "comando central".
No domingo, o Governo anunciou ter concluído um cessar-fogo "bilateral" de seis meses com os cinco principais grupos armados que actuam na Colômbia, entre os quais o ELN, com o qual está envolvido em novas negociações de paz.
A próxima ronda de negociações deverá realizar-se em breve, em data ainda a anunciar, no México, onde "foi acordado completar o ajustamento da agenda", ainda segundo o ELN.
"Quando tivermos concluído o que está previsto, estaremos prontos para discutir a proposta de cessar-fogo bilateral e analisar as condições que tornarão possível um acordo", acrescentou a guerrilha colombiana de extrema-esquerda, afirmando "interpretar" o anúncio do Governo "como uma proposta a ser considerada na próxima ronda" negocial.