No primeiro dia do Fórum Económico Mundial, que começou a sua reunião anual, em Davos, até dia 20, Fernando Haddad afirmou, de acordo com um comunicado do ministério, que o modelo de economia defendido pelo Brasil é o da "retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social".
"A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos, com o combate ao desmatamento e [o uso de] energia renovável, mas, também, na pauta do desenvolvimento", afirmou o ministro.
Antes de viajar para Davos, na semana passada, Fernando Haddad apresentou um primeiro conjunto de medidas a serem adoptadas pelo Governo para reduzir o défice fiscal do país, que se centram no aumento da cobrança de receitas.
O pacote inclui o aumento dos impostos sobre grandes empresas e combustíveis, a divisão das dívidas fiscais e a redução da despesa pública.
As medidas anunciadas visam reduzir, ou mesmo eliminar, o défice primário (não incluindo os recursos destinados ao pagamento de juros da dívida) de 231,55 mil milhões de reais (41,795 mil milhões de euros a taxas de câmbio correntes) projectado nas contas do Governo este ano.
O Presidente do Brasil optou por não viajar para Davos enquanto decorrem as investigações sobre os actos violentos de 'bolsonaristas' em Brasília e enviou os ministros das Finanças, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, ao fórum.
"Apesar dos últimos acontecimentos terríveis em Brasília, teremos uma forte delegação ministerial brasileira, liderada pelo ministro da Fazenda", frisou o presidente do Fórum de Davos, Borge Brende.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda brasileiro destacou que após os violentos acontecimentos registados em Brasília quando grupos de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro destruíram e invadiram edifícios públicos, o país sul-americano terá gerado maior interesse em Davos, onde o Brasil pretende mostrar que a tentativa frustrada de golpe de 08 de Janeiro "já virou história" e o Governo manterá o foco na recuperação económica.
Além de Luiz Inácio Lula da Silva, não comparecerá como inicialmente previsto o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, que permanecerá no Brasil formando a sua equipa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
O Governo brasileiro pretende que Lula da Silva retome sua agenda internacional na próxima semana com uma primeira viagem à Argentina, onde se encontrará com o Presidente argentino, Alberto Fernández, em 23 de Janeiro.
Já para Fevereiro a intenção é visitar a Casa Branca e em Abril Portugal. A China é o outro país para onde o chefe de Estado brasileiro prevê viajar ainda durante o primeiro semestre deste ano.