BAD incentiva financiamento privado para África enfrentar alterações climáticas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 mai 2023 9:32

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai procurar, na próxima semana, mobilizar financiamentos privados e locais para África enfrentar as alterações climáticas e ter um crescimento verde, recursos que estão hoje muito baixo dos conseguidos em regiões comparáveis.

O financiamento da luta contra as alterações climáticas em África tem sido principalmente dominado por intervenientes não privados, segundo dados do BAD.

Segundo a Lusa, nos documentos de preparação das reuniões anuais deste ano, o banco refere que dos 29,5 mil milhões de dólares em financiamento climático no continente em 2020, apenas 14% vieram de actores privados, muito abaixo de outras regiões comparáveis, como América Latina e Caraíbas (49%), Leste Asiático e Pacífico (39%) e Sul da Ásia (37%).

Além disso, “esses recursos, limitados, foram capturados por um pequeno número de países com mercados financeiros relactivamente desenvolvidos, como África do Sul, Nigéria, Quénia, Marrocos e Egito”, refere no mesmo documento.

O BAD quer contribuir para corrigir a situação e vê nas reuniões deste ano, que vão decorrer de 22 a 26 de Maio em Sharm el Sheikh, no Egito, “o quadro oportuno para encontrar propostas concretas para um crescimento inclusivo e sustentável” de África.

Para isso, sob o tema global “Mobilizar o Financiamento do Sector Privado para o Clima e o Crescimento Verde em África”, a instituição estruturou um conjunto de eventos de onde espera contributos dos representantes dos 81 países membros, regionais e não regionais, que participam nos encontros.

A Lusa avança ainda que o primeiro desses eventos será um diálogo presidencial, que contará com os chefes de Estado presentes e com o Presidente do BAD, Akinwumi Adesina, sobre “a evolução da arquitetura financeira global e o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento”, que decorre na terça-feira, após a cerimónia oficial de abertura.

O lançamento do relatório “Perspectivas Económicas para África 2023”, que aborda as áreas-chave para o desempenho macroeconómico e, centrado no tema das reuniões anuais, traz indicações sobre como usar mecanismos de financiamento inovadores para mobilizar o financiamento do sector privado, é o segundo evento em destaque.

No relatório sobre o Desempenho e Perspectivas Macroeconómicas Africanas, lançado no inicio do ano, as previsões do BAD são de que o continente registe um crescimento médio de 4% do seu produto interno bruto real em 2023 e 2024, um valor superior às médias mundiais de 2,7% e 3,2%.

Em concreto, 53 dos 54 países africanos membros do Banco registaram uma evolução positiva em 2022, e as estimativas são de que continue nos próximos dois anos, com vários países a exceder 5%, incluindo Moçambique (6,5%), a República Democrática do Congo (6,8%), a Gâmbia (6,4%), o Togo (6,3%), a Líbia (12,9%), o Níger (9,6%) e o Senegal (9,4%).

Os temas dos outros eventos estruturados ao longo do programa de cinco dias dos encontros centram-se em “explorar o capital natural para financiar o crescimento verde e alterações climáticas” e “ações-chave para um crescimento inclusivo e desenvolvimento duradouro em África”.

Segunda-feira, dia que precede a abertura oficial, haverá reuniões de comités e organismos sectoriais, nomeadamente o Compacto Lusófono, assinado por Portugal, pelo BAD e pelos seis países africanos da CPLP, para promover o investimento privado nestes países.

Os encontros anuais reúnem os ministros das Finanças ou seus representantes dos 81 países membros regionais e não regionais do Grupo BAD, contando também com a presença de governadores dos Bancos Centrais, importantes líderes do sector financeiro e empresarial, académicos e parceiros de desenvolvimento.

Espera-se que até 4.000 pessoas participem das Reuniões Anuais de 2023 que vão decorrer no Centro Internacional de Conferências de Sharm el Sheikh.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 mai 2023 9:32

Editado porEdisângela Tavares  em  21 mai 2023 13:09

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