O porta-voz do exército congolês, Sylvain Ekenge, referiu-se a "movimentos de tropas das forças de defesa ruandesas e do M23, bem como de recrutas que acabaram de terminar a sua formação no Ruanda e em Tchanzu [na província congolesa de Ituri], para recuperar as suas antigas posições em Kibumba e Rugari".
"Os objectivos desta redistribuição são atacar a cidade de Goma e acentuar a crise humanitária", acusou Ekenge, que também sublinhou que o M23 tem uma "sede avançada" nos locais mencionados, em declarações citadas pela rádio sudanesa Radio Okapi.
As declarações do porta-voz do exército surgem duas semanas depois de o Governo congolês ter acusado o grupo rebelde de estar na "lógica da retoma das hostilidades", em plena vigência do cessar-fogo acordado na província do Kivu Norte (leste).
A RDCongo e o Ruanda têm estado envolvidos numa disputa diplomática devido às acusações de Kinshasa contra Kigali pelo apoio ruandês ao M23, de maioria tutsi.
O Ruanda acusa igualmente a RDCongo de apoiar as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo armado rebelde fundado e composto maioritariamente por hutus, responsável pelo genocídio de 1994.