Segundo a agência de notícias francesa, a "Lei Federal sobre os Objectivos de Proteção do Clima, a Inovação e o Reforço da Segurança Energética" pretende reduzir a dependência de fontes de energia estrangeiras, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e apostar na produção de energias renováveis, sem impor quaisquer proibições ou novos impostos.
A Suíça, um país dos Alpes onde o degelo dos glaciares prova as consequências das alterações climáticas, prevê o voto por correspondência, pelo que os resultados preliminares devem ser conhecidos por volta do meio-dia (11:00 na hora portuguesa)
A energia é uma questão delicada naquele país, que depende de importações para 75% das suas necessidades de petróleo e gás, uma fragilidade evidenciada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
O projecto a votos estabelece, entre outras medidas, apoios até 200 milhões de euros por ano, durante 10 anos, para ajudar os proprietários de casas a mudar para sistemas de aquecimento amigos do ambiente e para as indústrias investirem em tecnologias inovadoras capazes de filtrar o CO2 do ar.
A AFP relata que apesar da vitória do "sim" ser esperada, nos últimos dias a "campanha de medo", baseada numa Suíça sem electricidade e a tremer de frio, levada a cabo pelo Partido Popular Suíço (SVP), o maior partido da direita radical, fez com que a vantagem do "sim" diminuísse consideravelmente nas últimas semanas.
O SVP afirma que o projecto de lei, que descreve como uma "lei sobre o desperdício de electricidade", vai levar à proibição do aquecimento a óleo, gás, gasóleo e gasolina como fontes de energia, pondo em risco a segurança energética e fazendo disparar as facturas de electricidade das famílias.
Além daquele projecto, os suíços vão igualmente votar uma emenda constitucional destinada a implementar uma proposta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do G20 para tributar grandes grupos empresariais internacionalmente activos com uma taxa de pelo menos 15%.
A última sondagem revela que 73% dos eleitores suíços apoiam esta proposta de tributação mínima, que se aplicará aos grupos de empresas com um volume de negócios anual de, pelo menos, 750 milhões de euros.