O relatório "Global Risks Report 2024", preparado para o Fórum Económico Mundial pela Marsh McLennan e pela Zurich, alerta para "um cenário de riscos globais no qual os progressos no desenvolvimento humano estão a ser lentamente reduzidos, deixando os Estados e os indivíduos vulneráveis a riscos novos e ressurgentes".
Entre os principais riscos a dois anos os especialistas apontam a desinformação e informação falsa, eventos climáticos extremos, polarização social, a insegurança cibernética e os conflitos armados interestaduais.
Os especialistas identificam ainda a falta de oportunidades económicas, a inflação, a migração involuntária, a recessão económica e a poluição como riscos a curto prazo.
Já como riscos a 10 anos apontam os eventos climáticos extremos, as alterações críticas nos sistemas terrestres, a perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas, a escassez de recursos naturais e a desinformação e informação falsa.
Seguem-se nos dez primeiros riscos a longo prazo os resultados adversos das tecnologias de Inteligência Artificial, a migração involuntária, a insegurança cibernética, a polarização social e a poluição.
"Os líderes mundiais devem unir-se para responder às crises de curto prazo, bem como lançar as bases para um futuro mais resiliente, sustentável e inclusivo", disse Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Económico Mundial.
O relatório defende que "a cooperação em questões globais urgentes poderá ser cada vez mais escassa, exigindo novas abordagens para responder aos riscos".
Dois terços dos especialistas inquiridos preveem que, na próxima década, "será desenvolvida uma ordem multipolar ou fragmentada, na qual as médias e grandes potências se confrontam e estabelecem -- mas também impõem -- novas regras e normas".
Os resultados indicam "uma perspetiva predominantemente negativa para o mundo a curto prazo, que deverá piorar a longo prazo", já que "enquanto 30% dos especialistas mundiais preveem uma maior probabilidade de ocorrência de catástrofes a nível mundial nos próximos dois anos, quase dois terços preveem o mesmo nos próximos dez anos".
O relatório baseia-se nas respostas de mais de 1.400 especialistas em riscos globais, decisores políticos e líderes da indústria inquiridos em setembro de 2023.