"A maioria destas peças, seguindo a tendência dos anos anteriores, foram entregues voluntariamente. Aproveito para agradecer aos cidadãos de nações estrangeiras (...) que, conscientes dos preconceitos causados pelo tráfico ilícito de bens do património cultural, apoiam os esforços para recuperar o nosso património", sublinhou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ignacio Higueras, durante uma cerimónia.
A apresentação dos bens culturais ocorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano, onde foram expostas as 198 peças arqueológicas, três documentos 'histórico documentais' e uma peça 'histórico artística'.
Dentro do conjunto de 198 peças arqueológicas, um total de 154 foram devolvidas voluntariamente pelos cidadãos, 42 resultaram de apreensões feitas pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) e pela Polícia Alemã,
Outras duas foram devolvidas pelo Museu de História Natural de Santa Bárbara, em Los Angeles, no leste dos Estados Unidos.
Estes são objetos pré-hispânicos como cabeças de bastões e estruturas da cultura Inca, uma variedade de fragmentos têxteis e instrumentos da cultura Chancay, peças de metal da cultura Chimú, além de inúmeras peças de cerâmica dos povos Moche, Nazca, Lambayeque e Inca.
Higueras destacou a repatriação de um vaso de madeira da época colonial com decoração policromada do século XVI, que foi devolvido pela Fundação F.C. Glundach, na Alemanha.
Também regressaram ao país andino três documentos administrativos do século XIX, que foram trazidos pela empresa de leilões Booneshares, na Bélgica. São duas cédulas impressas e manuscritas do Conselho Nacional de Crédito, dos anos de 1829 e 1836, e um voucher emitido pela Casa da Moeda de Lima, de 1838.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros realçou ainda a importância de reforçar a cooperação internacional para continuar a luta contra o tráfico ilegal de mercadorias.
"Devemos continuar a unir forças, a trocar informações e boas práticas e a reforçar a nossa capacidade para enfrentar eficazmente os desafios nesta matéria, como as vendas e leilões virtuais de bens culturais, que estão a aumentar exponencialmente", destacou, durante a cerimónia.
Ignacio Higueras sublinhou que a recuperação das duzentas peças foi possível graças aos esforços de um número elevado de pessoas de fora e dentro do país, um trabalho que "colocou o Peru como referência na luta internacional contra o tráfico ilícito de bens culturais".