"A migração irregular e forçada atingiu níveis sem precedentes e os desafios que enfrentamos são cada vez mais complexos", afirmou a diretora-geral da OIM, Amy Pope, no lançamento do Apelo Global Anual para 2024, em Genebra (Suíça), justificando o pedido de financiamento para o ano em curso num contexto financeiro difícil para todas as organizações humanitárias, que enfrentam uma multiplicidade de crises humanitárias graves.
"As provas são esmagadoras e mostram que a migração, quando bem gerida, contribui fortemente para a prosperidade e o progresso em todo o mundo", afirmou a responsável da OIM, agência que integra o sistema da ONU, relembrando, porém, que frequentemente é encarada como uma ameaça em muitos países e está no centro de confrontos políticos, num momento em que mundo está em contagem decrescente para eleições importantes, por exemplo na Europa e nos Estados Unidos.
O financiamento agora pedido irá permitir à OIM apoiar quase 140 milhões de pessoas, incluindo pessoas deslocadas internamente e as comunidades locais que as acolhem, afirmou a agência da ONU num comunicado.
"Estamos a enfrentar num momento crítico e avançamos com este apelo para ajudar a cumprir essa promessa [de promover a migração como uma força de prosperidade e progresso]. Podemos e devemos fazer melhor", insistiu Amy Pope, a primeira mulher a dirigir a organização, desde outubro de 2023.
Segundo a OIM, as rotas para uma migração regular e os sistemas de proteção são limitados, o que deixa as pessoas mais vulneráveis à violência, à exploração e a outros perigos.
O Projeto Migrantes Desaparecidos, coordenado pela OIM, aponta que pelo menos 60.000 pessoas morreram ou desapareceram em rotas migratórias irregulares e perigosas nos últimos nove anos.
As consequências de uma assistência inadequadamente financiada ou fragmentada conduzem a custos mais elevados, não só económicos, mas também humanos, uma vez que colocam em perigo os migrantes, que recorrem a meios e a rotas irregulares de migração ou correm o risco de serem vítimas de redes de tráfico humano, sublinhou ainda a agência da ONU.