Os líderes do Quénia, da Somália, do Djibuti, do Botsuana e do Gabão comprometeram-se com uma gestão sustentável dos solos e sublinharam a importância de uma resposta conjunta às alterações climáticas.
Os presidentes apelaram à acção na abertura do segmento de alto nível da UNEA-6, o principal órgão de decisão ambiental do mundo, que termina esta sexta-feira em Nairóbi, no Quénia.
"Estamos a assistir ao aumento das temperaturas, a mais secas e inundações, ao degelo das calotas polares e à perturbação da vida humana em todos os continentes. Não podemos continuar assim para sempre", afirmou o Presidente da Somália, Hassan Cheikh Mohamoud.
"A Somália enfrenta um desafio. A guerra contra o terrorismo, o limiar de pobreza, o ambiente pós-conflito, a situação frágil. Isto veio agravar os esforços do desafio ambiental".
O Presidente do Quénia, William Ruto, apelou a uma "acção coletiva" para enfrentar a "crise existencial" do planeta.
"Dada a magnitude e a urgência da crise existencial que a humanidade e a vida no nosso planeta enfrentam, só uma ação coletiva eficaz, inclusiva e sustentável a nível multilateral permitirá à comunidade internacional enfrentar as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição", afirmou Ruto.
O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, também se pronunciou neste sentido, sublinhando a importância de uma ação multilateral face aos desafios ambientais "para criar um sistema de governação ambiental internacional coerente com a ecologia".
Por seu lado, o Presidente do Djibuti, Ismail Omar Guelleh, deixou claro que é preciso começar a agir: "a inacção não é uma opção, pois destrói a credibilidade e a solidez do multilateralismo e do sistema internacional", sublinhou.
O chefe da junta militar que governa o Gabão desde o golpe de Estado de 30 de Agosto, Brice Oligui Nguema, sublinhou que "os desafios das alterações climáticas, da biodiversidade e da poluição constituem, sem dúvida, ameaças graves ao bem-estar da população".
"É evidente que a atitude egoísta e predatória adotada em relação à natureza desde o início da Revolução Industrial está agora a virar-se contra o Homem e o ambiente", afirmou Nguema.
A UNEA-6 reúne esta semana em Nairobi mais de cinco mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, incluindo 150 ministros e vice-ministros, de mais de 180 países inscritos para a ocasião, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, sediado em Nairobi.
A cimeira centra-se na forma como o multilateralismo pode ajudar a resolver a chamada "tripla crise global": alterações climáticas, perda de natureza e biodiversidade, poluição e resíduos.