"A Dinamarca não deveria enviar armas para Israel quando existem suspeitas razoáveis de que este país está a cometer crimes de guerra em Gaza", afirmou Tim Whyte, secretário-geral da Action Aid Denmark, uma das organizações que está na origem da ação judicial, num comunicado.
"Precisamos da opinião dos tribunais sobre a responsabilidade da Dinamarca", acrescentou o representante.
A queixa foi apresentada contra a polícia nacional e o Ministério dos Negócios Estrangeiros dinamarqueses, e é sustentada numa decisão de um tribunal neerlandês, em meados de fevereiro, que ordenou aos Países Baixos para pararem com a exportação de peças para o avião de guerra F-35 para Israel.
Nos Países Baixos, os tribunais consideraram que existe "um risco claro de que sejam cometidas violações graves do direito humanitário da guerra na Faixa de Gaza" com os caças F-35 israelitas.
Uma ação semelhante foi tomada no Canadá, onde uma coligação de advogados e cidadãos de origem palestiniana apresentou uma queixa contra o Governo liderado por Justin Trudeau.
Em Novembro de 2023, uma equipa de investigadores dinamarqueses da ONG Danwatch revelou que os F-35 israelitas estavam equipados com peças produzidas pela empresa Terma, com sede na Dinamarca.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada a 07 de Outubro de 2023 por um ataque sem precedentes do movimento islamita, que causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas no sul de Israel, segundo uma contagem da agência noticiosa France-Presse (AFP) baseada em fontes oficiais. Nesse dia, cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza e 130 reféns continuam retidos no enclave palestiniano.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que considera uma organização terrorista. Os Estados Unidos e a União Europeia, em particular, também consideram o Hamas uma organização terrorista.
O Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo movimento islamita palestiniano, anunciou hoje que 31.184 pessoas foram mortas no enclave desde o início do conflito.