"Os Estados Unidos da América (EUA) sempre estarão ao lado da Coreia do Sul para responder firmemente às provocações da Coreia do Norte e para manter a paz e a estabilidade na Península Coreana", afirmou Blinken numa reunião com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, encontro que ocorreu pouco depois de Pyongyang ter lançado vários mísseis de curto alcance no Mar do Japão, também conhecido como Mar do Leste.
Nesta deslocação à capital sul-coreana, o chefe da diplomacia norte-americana defendeu o aumento da coordenação e da comunicação entre aliados e o reforço das "capacidades de contenção", o que implica a utilização de todas as capacidades militares de ambos os países, incluindo a nuclear, segundo noticiou a agência de notícias Yonhap.
Já o Presidente Yoon destacou que o aumento dos contactos ao mais alto nível com Washington é um sinal da força da união dos aliados, destacando a evolução para uma "aliança estratégica abrangente a nível global".
O dirigente sul-coreano também apelou à estreita colaboração para uma "melhor democracia" para que as próximas gerações possam ter uma maior "democracia liberal", um ideal de ambos os países.
Blinken, bem como o seu homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, condenaram o lançamento de mísseis norte-coreanos e afirmaram que estas ações apenas reforçam ainda mais a posição da comunidade internacional relativamente ao programa de armas de destruição maciça do regime de Pyongyang.
Os dois governantes "condenaram o lançamento pela Coreia do Norte de vários projéteis que se acredita serem mísseis balísticos de curto alcance pouco antes do início da Cimeira da Democracia, que o Governo sul-coreano iniciou hoje [18 de Março] para contribuir para a liberdade, a paz e a prosperidade no mundo através de a promoção da democracia", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.
Pouco antes do início da cimeira, a Coreia do Norte disparou mísseis balísticos de curto alcance que percorreram cerca de 300 quilómetros antes de cair no Mar do Japão (chamado Mar do Leste em ambas as Coreias).
Blinken chegou à Coreia do Sul no domingo à tarde para participar na terceira edição da Cimeira da Democracia, uma iniciativa do Presidente dos EUA, Joe Biden, que Seul acolhe até quarta-feira, com a presença de funcionários governamentais, organizações não-governamentais (ONG) e membros da sociedade civil.
Na quinta-feira, Seul e Washington terminaram exercícios militares de grande escala, realizados anualmente e que envolvem a interceção de mísseis e simulação de ataques aéreos. O número de militares que participaram nesta edição foi o dobro do registado no ano passado.
No início de março, Pyongyang tinha avisado que os EUA e a Coreia do Sul iam pagar um "preço elevado" pelas manobras.
Seul é um aliado fundamental de Washington na região. Os EUA têm estacionados cerca de 27 mil militares na Coreia do Sul para ajudar a proteger o país do Norte, que possui armas nucleares.
O Presidente sul-coreano, no poder desde 2022, tem vindo a reforçar os laços com a Casa Branca (presidência norte-americana) e procurou estreitar a relação com o Japão, face às ameaças norte-coreanas.
Desde o início do ano, Pyongyang designou Seul como "inimigo principal", encerrou as agências dedicadas à reunificação e ao diálogo intercoreano e ameaçou entrar em guerra por qualquer violação de território norte-coreano "nem que seja de 0,001 milímetros".