A representante do Serviço de Ação contra Minas da ONU (UNMAS) na Etiópia, Francesca Chiaudani, afirmou em conferência de imprensa, em Genebra, que a ação no país africano é "bastante complexa" devido à falta de recursos para remover este tipo de armamento.
"Não há nenhum operador totalmente credenciado para realizar atividades de reconhecimento e desminagem no país", disse a especialista.
As minas antipessoais são dispositivos explosivos que continuam a matar e mutilar pessoas muito depois do fim dos conflitos. Enterradas ou escondidas no solo, explodem quando uma pessoa se aproxima destas ou entra em contacto com as mesmas.
Chiaudani afirmou que, na Etiópia, há seis organizações não governamentais que já trabalham no terreno a prestar informação e assistência às vítimas de minas que estão à espera de autorização do Governo etíope para realizar este trabalho.
Por outro lado, indicou que embora o Exército Etíope tenha conhecimentos e experiência na remoção de minas, o âmbito da sua atividade é "limitado" devido à dimensão do país e ao elevado nível de contaminação por estes explosivos.
Segundo dados da UNMAS, das 1.500 vítimas registadas no ano passado na Etiópia, cerca de 87% eram homens.
Chiaudani apelou ao aumento do investimento internacional para expandir as atividades de desminagem no país, cujas necessidades ascendem a 10 milhões de dólares, dos quais apenas 2% foram cobertos até agora.