De acordo com um comunicado da Organização Não-Governamental (ONG) local, o ataque ocorreu na noite de quinta-feira, quando "as RSF bombardearam com artilharia pesada a aldeia de Al Shaykh al Samani, no estado de Sinar".
"Os projécteis caíram sobre as cabeças de cidadãos indefesos nas suas casas, matando 24 pessoas e ferindo dezenas de outras, na sua maioria crianças e mulheres", refere-se na nota.
O Comité de Resistência adiantou ainda que na aldeia "não há soldados do exército nem polícia, mas sim um grande número de pessoas deslocadas que vieram para a aldeia a partir da cidade de Wad Madani", a capital do estado vizinho de Al-Jazira, de que os paramilitares se apoderaram em dezembro passado.
O ataque ocorreu cerca de dez dias depois de as ONG locais e o exército sudanês terem denunciado a morte de 180 civis num ataque das RSF à aldeia de Wad al Nura, no estado central de Al-Jazira.
Segundo informações desta ONG local, os paramilitares cometeram uma série de "massacres" em Al-Jazira desde que tomaram o controlo de várias aldeias em dezembro, bem como da capital do Estado, Wad Madani, que até então tinha sido um porto seguro para centenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra.
Tanto o exército sudanês como os paramilitares foram acusados por numerosas organizações internacionais de cometerem crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo violência sexual e limpeza étnica, o que levou a sanções por parte de países como os Estados Unidos contra ambas as partes beligerantes.
O exército e as RSF estão envolvidos numa guerra aberta desde 15 de Abril de 2023, que já matou pelo menos 30.000 pessoas, segundo o Sindicato dos Médicos Sudaneses, e provocou a deslocação interna e externa de mais de 10 milhões de pessoas.