Este rito anual - um dos maiores encontros religiosos do mundo - realizou-se de novo este ano no verão, uma estação particularmente quente na Arábia Saudita.
Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação.
No dia de hoje, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca, a primeira cidade sagrada do Islão no oeste do país, local da peregrinação.
Alguns contornaram a Kabaa - uma construção cúbica no centro da Grande Mesquita - enquanto outros completaram o ritual de apedrejamento de Satanás no vale perto de Mina, diante de estelas que simbolizam o diabo, sobre as quais atiraram pedras.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia disse no domingo que 14 peregrinos jordanianos morreram "após sofrerem insolação devido à onda de calor extremo" e que outros 17 estavam desaparecidos.
Teerão relatou a morte de cinco peregrinos iranianos, sem especificar a causa das suas mortes, enquanto Dakar disse que três peregrinos senegaleses também morreram.
Hoje, em Mina, os peregrinos borrifaram água na cabeça enquanto as autoridades distribuíam bebidas geladas e gelados de chocolate que derretiam rapidamente.
Azza Hamid Brahim, uma mulher egípcia de 61 anos, disse que viu corpos imóveis na beira da estrada enquanto caminhava.
"Parecia o Juízo Final, o fim do mundo. (...) Foi um dia muito difícil. Dissemos a nós mesmos: 'Acabou, vamos morrer' por causa da onda de calor", confessou a peregrina.
A peregrinação -- o hajj - é um dos cinco pilares do Islão e os muçulmanos que têm capacidade para a fazer devem realizá-la pelo menos uma vez na vida.
Para a Arábia Saudita é uma fonte de prestígio e legitimidade, tendo o rei o título de Guardião das Duas Mesquitas Sagradas, de Meca e Medina.
Numa mensagem, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o governante de facto do reino, disse no domingo que o seu país tem o dever de "fazer tudo para ajudar os fiéis a adorar com segurança e confiança".