O general Sadiba Koulibaly, segundo comandante do general Mamadi Doumbouya no golpe de Estado de setembro de 2021, foi condenado em 14 de junho último por um tribunal militar a cinco anos de prisão por deserção e posse ilegal de armas.
Morreu a 24 de junho, anunciou a procuradoria militar através de um comunicado, em que sugeriu que Koulibaly foi transferido para o hospital antes de morrer.
A autópsia, encomendada pela procuradoria militar no hospital Ignace-Deen de Conacri, indicou que "a morte pode ser atribuída a um trauma psicológico grave e a um 'stress' prolongado", que provocaram uma paragem cardíaca, refere-se no comunicado.
A morte de Sadiba Koulibaly ocorre num momento de grande tensão interna, em que a oposição critica o exercício autoritário e solitário do poder pelo general Mamadi Doumbouya, líder da junta militar golpista que derrubou o regime de Alpha Condé em 05 de setembro de 2021, e empossado Presidente interino em 01 de outubro do mesmo ano.
A junta militar começou por comprometer-se a entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024, no contexto de fortes pressões internacionais, mas essa transferência foi entretanto adiada para um futuro incerto.
O Governo de transição faz depender a marcação de eleições da realização até ao final deste ano de um referendo que permita aprovar uma nova Constituição, cujo projeto não foi até agora divulgado.
Após o golpe de Estado de 2021, Koulibaly foi nomeado Chefe do Estado-Maior do Exército, cargo que ocupou até maio de 2023.
Tornou-se depois encarregado de negócios da embaixada da Guiné-Conacri em Cuba e regressou ao país natal em maio último para exigir o pagamento de salários do pessoal daquela missão diplomática.
Foi detido em 04 de junho último e acusado de se ter deslocado a Conacri sem a autorização dos seus superiores e de ter abandonado o seu posto. Segundo a acusação, foram apreendidas armas no seu domicílio.