Kamala Harris obtém apoio suficiente para garantir nomeação

PorExpresso das Ilhas, Lusa,23 jul 2024 7:50

A vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, alcançou o apoio de um número suficiente de delegados para garantir a nomeação como candidata presidencial do Partido Democrata nas eleições de Novembro, disse o congressista Robert Garcia.

"A Califórnia acaba de votar por unanimidade a nomeação de Kamala Harris para Presidente. Os nossos delegados colocaram a vice-Presidente acima do número necessário para ser a nossa nomeada para a convenção", escreveu, na segunda-feira, o congressista californiano na rede social X (antigo Twitter).

Para vencer a nomeação na primeira volta, um candidato precisa do apoio de pelo menos 1.976 delegados de um total de quatro mil.

As promessas de apoio são uma demonstração simbólica do aval dado a Harris, uma vez que os delegados podem mudar de opinião até à votação de Agosto.

Harris só se torna oficialmente a candidata presidencial democrata quando os delegados votarem formalmente numa eleição nominal virtual que deverá estar concluída a 07 de Agosto.

A vice-Presidente, que anunciou na segunda-feira a candidatura, depois de o Presidente Joe Biden se retirar da corrida, é já a principal candidata dos Democratas, depois de ter recebido os apoios do próprio Biden, da antiga líder da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, e de todos os governadores democratas do país, alguns dos quais tinham sido apontados como possíveis candidatos.

No entanto, podem ainda aparecer outros candidatos que consigam obter as assinaturas de nomeação de pelo menos 300 delegados, e não mais de 50 de um só estado.

Se apenas um candidato, muito provavelmente Harris, alcançar as 300 assinaturas, a votação virtual pode já realizar-se a 01 de Agosto, disseram responsáveis do partido a meios de comunicação locais na segunda-feira.

No caso de surgirem mais candidatos, a votação tem lugar dias mais tarde, mas vai estar concluída até 07 de Agosto.

Entretanto, se a nomeação ocorrer no início de Agosto, a convenção democrata, agendada para 19 desse mês, em Chicago, terá uma função meramente cerimonial.

Quatro possíveis alternativas a Harris

De acordo com uma análise da agência Associated Press (AP) divulgada hoje, Andy Beshear, governador do Kentucky, é uma das opções depois de garantir a sua reputação como estrela em ascensão do partido ao derrotar os candidatos endossados por Donald Trump num bastião republicano.

Beshear, de 46 anos, exibiu um estilo disciplinado e tenaz ao vencer a reeleição no ano passado ao derrotar o então procurador-geral Daniel Cameron.

O governador instou os democratas a seguirem a sua fórmula vencedora, concentrando-se nas preocupações quotidianas dos americanos, desde empregos bem remunerados a educação e cuidados de saúde de qualidade.

Apoiante do direito ao aborto, no Kentucky adaptou a sua mensagem para reagir contra o que chama de uma proibição extrema que carece de excepções para vítimas de violação e incesto.

O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, venceu seis eleições gerais estaduais ao longo de duas décadas, num Estado onde os republicanos prevalecem rotineiramente em disputas federais semelhantes e também controlam a legislatura.

Cooper, de 67 anos, recebeu fortes índices de aprovação para o cargo de governador, beneficiando de uma economia estatal em expansão, pela qual a sua administração e os legisladores recebem crédito.

Retrata-se também como um lutador pela educação pública e pelo direito ao aborto.

Já Mark Kelly, senador do Arizona aproveitou a sua carreira como astronauta para construir uma marca de moderado num Estado que há muito apoia os republicanos.

Nas suas duas campanhas -- a primeira em 2020 para terminar o mandato do falecido senador republicano John McCain e a segunda dois anos depois para um mandato completo -- Kelly obteve mais votos do que qualquer outro democrata nas urnas. Superou Biden, que venceu por pouco o Arizona, em 2 pontos percentuais em 2020.

A primeira vez de Kelly nos holofotes políticos nacionais ocorreu através de uma tragédia. A sua mulher, Gabrielle Giffords, na altura congressista, foi baleada na cabeça enquanto se reunia com os eleitores à porta de um supermercado em Tucson. O tiroteio fez seis mortos e gerou um ajuste de contas com violência política e rancor partidário.

A sobrevivência de Giffords fez dela uma inspiração nacional, mas acabou com uma carreira política promissora. Ela e Kelly fundaram um grupo de defesa do controlo de armas, e Giffords tem sido um substituto poderoso quando Kelly assumiu o seu lugar na política.

No Senado, Kelly concentrou-se na segurança nacional e nas forças armadas, bem como na seca que assola o oeste dos EUA.

Josh Shapiro está a meio do seu segundo ano como governador da Pensilvânia, depois de ter vencido facilmente as suas últimas eleições ao derrotar um candidato de extrema-direita apoiado por Trump.

Shapiro, de 51 anos, tem sido um substituto de Biden, apoiando o Presidente em aparições nas cadeias de televisão por cabo, e tem anos de experiência em fazer de Trump o foco dos seus ataques, primeiro como procurador-geral do Estado e agora como governador.

Enquanto governador, Shapiro começou a abandonar um comportamento público reprimido e a tornar-se mais confiante e franco.

Shapiro, que é judeu, confrontou agressivamente o que considerou ser anti-semitismo surgido das manifestações pró-palestinianas e professou solidariedade com Israel no seu esforço para eliminar o Hamas.

É um defensor acérrimo do direito ao aborto na Pensilvânia e promove rotineiramente as suas vitórias em tribunal contra Trump, incluindo a rejeição de contestações aos resultados das eleições de 2020.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,23 jul 2024 7:50

Editado porAndre Amaral  em  7 set 2024 22:20

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