"O currículo e o carácter de Harris serão distorcidos e depreciados por uma avalanche de desinformação e pelo tipo de preconceitos desagradáveis que já estamos a ouvir dos porta-vozes dos MAGA ['Make America Great Again', referindo-se aos apoiantes de Donald Trump]", escreveu Hillay Clinton num artigo de opinião, publicado na terça-feira no jornal The New York Times.
"Sei uma coisa ou duas sobre como pode ser difícil para as mulheres fortes candidatas lutarem contra o sexismo e a duplicidade de critérios da política norte-americana", afirmou.
Nesse sentido, lembrou ter sido apelidada de "mulher repugnante", "bruxa", entre outros insultos "muito piores" durante as campanhas presidenciais.
Hillary instou Harris e a campanha a "ultrapassarem o ruído".
"Harris enfrentará desafios adicionais únicos como a primeira mulher negra e sul-asiática a liderar a lista de um grande partido. Isso é real, mas não devemos ter medo. É uma armadilha acreditar que o progresso é impossível. Afinal de contas, ganhei o voto popular nacional por quase três milhões de votos em 2016, e não foi há muito tempo que os norte-americanos elegeram por esmagadora maioria o nosso primeiro presidente negro", acrescentou.
Hillary Clinton afirmou ainda que a vice-Presidente é "talentosa, experiente" e pode derrotar Donald Trump.
A antiga secretária de Estado referiu também que continua "a doer" não ter sido a primeira mulher a liderar os Estados Unidos, mas que se orgulha das duas campanhas eleitorais. Além de ter perdido as presidenciais para Donald Trump, em 2016, Hillary Clinton também ficou atrás de Barack Obama nas primárias democratas de 2008.
No domingo, Biden anunciou numa carta que se retirava da corrida presidencial, na sequência das críticas do partido Democrata ao fraco desempenho no primeiro debate eleitoral contra Donald Trump, a 27 de Junho.
Biden afirmou que o fazia pelo país e pelo partido, e anunciou que se vai dirigir à nação esta semana para explicar o sucedido.
Joe Biden escolheu como sucessora Kamala Harris, que já alcançou na segunda-feira o apoio de delegados suficientes para garantir a nomeação na próxima convenção nacional Democrata, que arranca em 19 de Agosto, em Chicago.