Este acordo, resultante de negociações sem precedentes entre o sistema federal de seguro de saúde para idosos e os laboratórios, permitirá poupanças de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) para os beneficiários e de seis mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) para os contribuintes no primeiro ano, de acordo com a Casa Branca.
Os preços recentemente negociados terão impacto no preço dos medicamentos utilizados por milhões de norte-americanos mais velhos para ajudar a controlar a diabetes, o cancro do sangue e a prevenir a insuficiência cardíaca ou coágulos sanguíneos.
Segundo a agência Associated Press, trata-se de um acordo histórico para o programa Medicare, que oferece cobertura de saúde a mais de 67 milhões de idosos e deficientes.
Durante décadas, o governo federal esteve proibido de negociar com as empresas farmacêuticas o preço dos seus medicamentos, apesar de ser um processo de rotina para as seguradoras privadas.
“Isto significava que as empresas farmacêuticas podiam basicamente cobrar o que quisessem pelos tratamentos que salvam vidas dos quais as pessoas dependem, e todos os americanos pagaram o preço”, disse a conselheira da Casa Branca Neera Tanden aos jornalistas numa teleconferência na noite de quarta-feira.
O preço dos medicamentos nos Estados Unidos, mais elevado do que noutros países desenvolvidos, tem escapado historicamente a qualquer regulamentação ou controlo público.
É uma vitória pela qual Joe Biden poderia ter recebido o crédito exclusivo, uma vez que decorre de uma das suas leis emblemáticas, chamada “Lei de Redução da Inflação”, um plano de investimento em grande escala relacionado com a transição energética e o poder de compra.
Os negócios com medicamentos serão também um ponto essencial da campanha presidencial de Kamala Harris na corrida contra o republicano Donald Trump à Casa Branca.
A vice-Presidente norte-americana vai juntar-se hoje a Joe Biden para anunciar os preços dos medicamentos, na sua primeira aparição conjunta desde que Harris substituiu o líder democrata na candidatura às eleições de novembro, enquanto ambos lutam para convencer os eleitores de que os custos tenderão a cair após anos de inflação acima do normal.
O evento oficial acontece um dia antes de a candidata democrata revelar parte da sua agenda económica na Carolina do Norte, na qual pretende ajudar a reduzir custos e aumentar os rendimentos da classe média.