"De muitas formas, Donald Trump não é um homem sério", afirmou a democrata na quinta-feira (madrugada de hoje em Lisboa). "Mas as consequências de pôr Donald Trump de volta na Casa Branca são extremamente sérias", avisou.
"Considerem não apenas o caos e a calamidade de quando ele estava no poder, mas também a gravidade do que aconteceu desde que ele perdeu a última eleição", urgiu Harris, lembrando o assalto ao Capitólio que levou a várias mortes, incluindo de polícias.
A ex-procuradora também mencionou os outros casos em que Donald Trump foi considerado culpado, desde abuso sexual a fraude e interferência eleitoral em Nova Iorque.
"Considerem o que ele quer fazer se lhe dermos poder outra vez", alertou. "Considerem a intenção explícita de libertar os extremistas violentos que bateram nos polícias do Capitólio", disse.
"Considerem a intenção de mandar para a cadeia jornalistas, oponentes políticos e todos os que vê como inimigos", continuou. "Considerem o poder que ele terá, em especial depois de o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ter decidido que ele é imune de acusações criminais", frisou a candidata.
No quarto e último dia de convenção, Harris pediu aos eleitores para imaginarem um Donald Trump sem salvaguardas e como ele usaria o imenso poder da presidência.
"Não para melhorar as vossas vidas, não para fortalecer a nossa segurança nacional, mas para servir o único cliente que ele alguma vez teve, ele próprio".
Antes, no discurso, Harris tinha falado do seu histórico como procuradora e de como o povo dos EUA foi sempre o seu único cliente.
A democrata também falou do Projecto 2025, um conjunto de políticas conservadoras para orientar um potencial novo mandato de Trump.
"Não vamos voltar para trás", declarou Harris, recusando muitas destas medidas, tais como cortar na Segurança Social e no Medicare, desmantelar o sistema de saúde conhecido como Obamacare, eliminar o Departamento de Educação e aprovar uma proibição nacional do aborto.
"Toda a gente sabe que Donald Trump não luta pela classe média, luta por si e pelos amigos milionários", disse Harris.
O discurso encerrou a convenção nacional democrata, um mês depois de Joe Biden ter desistido da corrida e aberto as portas a Kamala Harris.