"A Alemanha e o Reino Unido estão ligados por uma amizade firme e por valores e interesses comuns. Somos aliados na Europa e na NATO e perante outros desafios, sendo tempo de elevar as nossas relações para um outro nível", refere um comunicado conjunto dos dois líderes.
Numa aparição conjunta, Scholz observou que será o primeiro tratado deste tipo entre a Alemanha e o Reino Unido.
O chanceler referiu ainda o anúncio de Starmer de querer melhorar as relações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) e disse estar satisfeito com a atitude amigável do novo executivo de Londres, liderado pelos trabalhistas.
"A decisão histórica de sair da UE foi tomada pelos britânicos e não se trata de revogar o 'Brexit' [processo da saída britânica do bloco europeu]. Trata-se de conseguir as melhores relações possíveis para benefício das partes", disse Scholz.
Starmer, por seu lado, lembrou que a Alemanha é o segundo parceiro comercial do Reino Unido e que, com uma intensificação da cooperação, podem ser criados mais postos de trabalho em ambos os países.
O chefe do Governo britânico disse ainda esperar que o tratado esteja pronto até ao final deste ano, para clarificar os termos do acordo que aborda questões bilaterais, mas que também pode ser um começo para melhorar as relações entre o Reino Unido e a UE.
Os temas que o tratado abordará serão, entre outros, a cooperação na política externa, a transformação industrial e a cooperação na luta contra a migração irregular.
No que diz respeito à luta contra a imigração ilegal, Starmer disse que o fundamental será a cooperação para desmantelar as redes de tráfico de seres humanos.
Por outro lado, tanto Starmer como Scholz reiteraram o seu compromisso em ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa e disseram que esse auxílio continuará enquanto for necessário.
"É importante para mim reiterar isto porque ultimamente as pessoas têm querido dar a impressão de que a Alemanha irá reduzir a ajuda. Este não é o caso", assegurou Scholz.
"Temos uma dívida para com a Ucrânia. Eles lutam por si próprios, defendem-se, mas também lutam por todos os povos da Europa", acrescentou Starmer.
Os dois líderes europeus abordaram ainda a situação no Médio Oriente e, depois de sublinharem que Israel tem o direito de se defender, apelaram ao acesso à ajuda humanitária a Gaza e à intensificação dos esforços para alcançar um cessar-fogo.