O juiz do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova Iorque, Lewis Liman, condenou hoje o ex-autarca do Partido Republicano depois das alegações de fraude nas Eleições Presidenciais de 2020, dando eco às reações do candidato republicano, Donald Trump.
Funcionárias das mesas de voto no estado norte-americano da Geórgia, Ruby Freeman e a sua filha, Wandrea Moss, afirmaram ter sido alvo de ameaças de morte após Giuliani ter repetido o que classificaram como as mentiras de Trump a propósito de "eleições roubadas".
Na sequência da decisão, o ex-presidente da Câmara de Nova Iorque tem de entregar num prazo de sete dias o apartamento em Manhattan, estimado em mais de cinco milhões de dólares, bem como o valor de dois milhões de euros em juros, que Giuliani diz que a campanha presidencial de Trump em 2020 lhe deve pelos seus serviços.
O ex-autarca vai ter ainda de entregar um automóvel Mercedes SL 500 de 1980, 26 relógios e memorabilia desportiva, mas pode manter, por enquanto, um condomínio na Florida e os três anéis relativos aos títulos de 1998, 1999 e 2000 dos New York Yankees na Liga norte-americana de basebol, já que esses bens estão associados a outros litígios.
Giuliani pediu ao juiz que impedisse Ruby Freeman e Wandrea Moss de venderem qualquer um dos seus bens até à conclusão do recurso da sentença, mas o juiz recusou o pedido, afirmando que Giuliani não pediu essa suspensão de venda de ativos ao tribunal federal de Washington, onde Freeman e Moss venceram o caso de difamação.
"O tribunal não tem dúvidas de que alguns dos itens possam ter valor sentimental para o réu. Mas isso não dá ao réu o direito de continuar desfrutando dos ativos em detrimento dos requerentes, a quem ele deve aproximadamente 150 milhões de dólares. Afinal de contas, a política subjacente a estes estatutos de Nova Iorque é que nenhum homem deve ser autorizado a viver ao mesmo tempo no luxo e no endividamento", refere a sentença.
Em julho de 2024, Giuliani foi expulso do exercício de advocacia por decisão de um tribunal nova-iorquino devido a declarações falsas e repetidas sobre a derrota ex-Presidente norte-americano Donald Trump nas eleições de 2020.