Democracia sul-coreana está a viver o seu "momento mais crítico"

PorExpresso das Ilhas, Lusa,6 dez 2024 14:13

A democracia sul-coreana está a viver o "momento mais crítico" da sua história, disse hoje o líder da oposição numa entrevista à agência de notícias AFP, um dia antes da votação para a destituição do Presidente do país.

"Com a votação da destituição [do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol] marcada para amanhã, sábado, às 19h00 no horário local (09h00 em Cabo Verde) -, as próximas horas são extremamente perigosas. Esta noite será o momento mais crítico", afirmou Lee Jae-myung, lembrando que os parlamentares vão acampar diante da Assembleia Nacional.

"As pessoas podem pensar que os militares e a polícia estariam relutantes em apoiar uma segunda tentativa, mas Yoon poderia explorar as lacunas para tentar novamente", alertou Lee.

O ministro da Defesa interino negou que tal situação poderia acontecer no país.

Ainda assim, o Partido Democrata de Lee, a principal força de oposição ao Partido do Poder Popular (PPP) de Yoon, convocou os seus 170 membros eleitos para acamparem no hemiciclo até à votação de sábado, a fim de evitar uma repetição dos acontecimentos da noite de terça para quarta-feira.

Lee Jae-myung acredita que o país continua vulnerável a uma "nova tentativa de lei marcial".

Dezenas de milhares de manifestantes antigovernamentais são esperados em Seul, no sábado, dia em que o parlamento vai votar uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, disse hoje a polícia.

"Uma concentração de grande envergadura e uma marcha com dezenas de milhares de pessoas vão decorrer no centro e na zona de Yeouido, onde se encontra o parlamento", indicou a polícia metropolitana de Seul, em comunicado.

O Ministério da Defesa sul-coreano anunciou ainda ter suspendido três altas patentes pela participação em operações durante a breve lei marcial decretada pelo Presidente Yoon, na noite de terça-feira.

Trata-se do comandante militar de Seul, o chefe das forças especiais e o dos serviços da contraespionagem, indicou o ministério num comunicado.

O líder do partido no poder na Coreia do Sul pediu hoje a suspensão imediata do Presidente, alegando que Yoon Suk-yeol ordenou a detenção de vários dirigentes políticos, durante a lei marcial brevemente imposta pelo chefe de Estado na terça-feira.

"Tendo em conta as recentes informações, penso que é necessário suspender imediatamente o Presidente Yoon Suk-yeol das funções para proteger a República da Coreia [nome oficial do país] e o povo", declarou Han Dong-hoon, numa reunião de emergência do PPP (conservador), na Assembleia Nacional.

As palavras de Han são interpretadas como um prenúncio do que seria uma nova mensagem aos deputados do PPP para que votassem a favor da moção de destituição.

Na quinta-feira, Han tinha pedido unidade de voto aos parlamentares para impedir a destituição de Yoon.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,6 dez 2024 14:13

Editado porAndre Amaral  em  7 dez 2024 8:35

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