"Não, não há nada planeado neste momento", disse Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, durante o seu 'briefing' diário, escusando-se a responder à pergunta obre os motivos por trás da decisão de Putin.
Por outro lado, Peskov disse "desconhecer" se a delegação ucraniana comparecerá às negociações bilaterais agendadas para hoje em Istambul, a primeira reunião desse tipo desde a primavera de 2022, sem um intermediário, sobre o resultado do conflito.
"De momento, os ucranianos não estão lá não sabemos se virão ou não. Não sabemos como as negociações ocorrerão", disse o porta-voz do Kremlin.
Entretanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou hoje de manhã a Ancara, onde deve encontrar-se com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, no final do dia, à margem das aguardadas conversações ucraniano-russas em Istambul.
Um alto funcionário do Governo ucraniano confirmou à agência noticiosa France-Presse (AFP) que o chefe de Estado da Ucrânia já chegou à capital da Turquia.
Os pormenores do eventual encontro com entre as delegações russa e ucraniana continuam por esclarecer, mas uma fonte diplomática russa disse à AFP que as conversações russo-ucranianas vão decorrer hoje à tarde a pedido do governo de Ancara.
A fonte, que não foi identificada, não forneceu a lista de participantes nem os dados sobre a agenda do eventual encontro.
A delegação de Moscovo enviada por Putin chegou hoje de manhã a Istambul, com o negociador-chefe russo a indicar que o objetivo das conversações com Kiev é "estabelecer uma paz duradoura" na Ucrânia, pelo que há a determinação de se realizar "um trabalho profissional sério".
"O objetivo das negociações diretas propostas por Vladimir Putin é estabelecer uma paz duradoura e sólida, eliminando as causas profundas do conflito", escreveu Vladimir Medinsky na rede social Telegram.
Quarta-feira, a Rússia revelou a composição da sua delegação à ronda negocial na Turquia sobre a guerra na Ucrânia, confirmando a ausência de Putin e até do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.
A delegação russa à reunião, prevista para hoje em Istambul, é liderada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Galuzin, e pelo vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia apelado à participação de Putin e afirmou que a sua posição nas negociações sobre o conflito na Ucrânia iria depender de quem representasse a Rússia no encontro.
Já hoje, fonte oficial em Ucrânia indicou que Zelensky deve encontrar-se em Ancara com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, e só depois decidirá sobre os "próximos passos" nas negociações com a Rússia.
Segundo disse um alto funcionário ucraniano à Agência France Presse (AFP), Zelensky "começará a visita com Erdogan, em Ancara, e só então decidirá sobre os próximos passos".
Esta informação surge depois de os 'media' estatais russos terem informado que a delegação de Moscovo já chegou a Istambul.
Mais de três anos após o início da invasão russa da Ucrânia, Kiev e Moscovo deverão relançar hoje, em Istambul, Turquia, as conversações de paz diretas, as primeiras desde a primavera de 2022.