O Ministério da Agricultura do Brasil confirmou a suspensão das vendas para a China e a UE, enquanto a agência sanitária da Argentina suspendeu provisoriamente as importações de produtos e subprodutos de aves de todos os estados brasileiros.
Outros países que já reconhecem o princípio da regionalização defendido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como o Japão, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e as Filipinas, apenas suspenderam as compras a explorações avícolas situadas num raio de 10 quilómetros do foco de gripe aviária, informou o ministério brasileiro da Agricultura em comunicado.
O caso de gripe aviária foi detetado numa exploração comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, um estado no extremo sul do país, que faz fronteira com a Argentina e o Uruguai.
“Reafirmando o compromisso de transparência e de responsabilidade com a qualidade e sanidade dos produtos exportados pelo Brasil, as restrições de exportação seguirão fielmente os acordos sanitários realizados com nossos parceiros comerciais”, lê-se no comunicado
De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a China foi o maior destino das exportações brasileiras de frango no ano passado, com 562,2 mil toneladas, enquanto a União Europeia foi o sétimo maior, com 231,9 mil toneladas.
A China foi seguida pelos Emirados Árabes Unidos (455,1 mil toneladas), Japão (443,2 mil toneladas), Arábia Saudita (370,8 mil toneladas), África do Sul (325,4 mil toneladas) e Filipinas (234,8 mil toneladas), que apenas restringiu as importações da região afetada pela gripe aviária.
Nesse sentido, o Brasil ressaltou a importância de acordos que prevejam o princípio da regionalização, de forma a não afetar as vendas de áreas sem focos da doença e distantes das afetadas.
A nota também esclarece que não há proibição generalizada de exportação de frango do estado do Rio Grande do Sul.
Após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária numa exploração comercial no país, o Governo brasileiro implementou um protocolo para evitar a propagação do vírus.
Entre outras medidas, o Governo abateu todas as aves da fazenda afetada e realizou inspeções em todas as fazendas num raio de dez quilómetros do foco, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.