Três ataques distintos ocorreram nesta zona no início da semana e oito pessoas foram mortas na noite de terça-feira na aldeia de Chinchin, segundo o presidente do conselho local, Emmanuel Bala.
Este ataque segue-se a outro, que ocorreu na terça-feira nos arredores da cidade de Langai, onde cinco pessoas foram mortas. Na segunda-feira, atacantes não identificados já tinham tirada a vida a sete pessoas no distrito de Bwe.
Os criadores de gado nómadas muçulmanos da etnia peul estão há muito em conflito com os agricultores sedentários do Planalto, muitos dos quais são cristãos, pelo acesso à terra e aos recursos.
Os ataques nesta região assumem frequentemente uma dimensão religiosa ou étnica.
A apropriação de terras, as tensões políticas e económicas entre os sedentários e aqueles que são considerados estrangeiros, bem como o afluxo de pregadores muçulmanos e cristãos extremistas, acentuaram as divisões nesta região central do país mais populoso de África, particularmente nos estados de Benue e Plateau, nas últimas décadas.
No centro do país, as terras disponíveis para a agricultura e a pecuária estão a diminuir regularmente devido às alterações climáticas e à expansão humana, o que leva a uma competição por vezes mortal por um espaço cada vez mais limitado.
"Há algum tempo, os indígenas exploravam minas e foram atacados" com machetes, mas ninguém foi morto, explicou Bala à agência France-Presse (AFP).
Os fulani da região [pertencente ao ramo ocidental do grupo nigero-congolês] também foram perseguidos e atacados nos últimos dias, na sequência de agressões mortais atribuídas a membros da sua etnia, acrescentou Bala.
Um responsável da Cruz Vermelha confirmou o balanço de Chinchin e indicou que o número de pessoas mortas nas últimas 24 horas pode chegar a 21.