Cerca de 50 civis mortos em ataques no Burkina Faso desde Maio

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 set 2025 14:19

Grupos extremistas mataram cerca de 50 civis em três ataques no norte do Burkina Faso desde Maio, informou hoje a Human Rights Watch (HRW), pedindo ao regime militar que garanta melhor proteção à população.

O Burkina Faso, governado há quase três anos por uma junta, é prejudicado pelos ataques mortais de grupos armados terroristas afiliados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico.

"O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à Al-Qaida, atacou a cidade de Djibo, na região do Sahel, em 11 de maio, e a vila de Youba, na região norte, no dia 03 de Agosto, matando pelo menos 40 civis", disse a HRW num comunicado.

"O Estado Islâmico do Sahel (EI) atacou um comboio civil que entregava ajuda humanitária à cidade sitiada de Gorom Gorom, na região do Sahel, em 28 de Julho, matando pelo menos nove civis", acrescentou.

Os habitantes da aldeia de Youba explicaram à HRW que os extremistas quiseram "punir a comunidade local por não ter obedecido às instruções do GSIM de abandonar algumas colheitas" .

Numa resposta à HRW no dia 15 de Agosto, o GSIM assegurou "nunca ter como alvo intencionalmente civis", mencionando "alegações infundadas", ou "no máximo, incidentes causados por balas perdidas", dos quais dizem não ter conhecimento.

A pesquisadora da HRW especialista no Sahel Ilaria Allegrozzi estima que "as autoridades devem garantir uma melhor proteção a todos os civis em perigo".

Ao assumir o poder no final de Setembro de 2022, o chefe da junta, o capitão Ibrahim Traoré, prometeu restabelecer a segurança em poucos meses, mas os ataques - que visam soldados e civis - não diminuíram.

A HRW pede que as autoridades "investiguem os abusos, particularmente aqueles cometidos pelos militares e milícias aliadas, e processem judicialmente os responsáveis".

A ONG observa que "o Governo tem cada vez mais atacado civis durante operações" antiterroristas.

O exército buukinabé e os seus auxiliares civis, os Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), são regularmente acusados por ONG, incluindo a HRW, de cometer massacres de civis.

A organização Acled, que contabiliza as vítimas de conflitos no mundo, relata mais de 26 mil pessoas mortas em ataques terroristas - civis e militares - desde 2015 no Burkina Faso, sendo mais de metade nos últimos três anos.

Foto: depositphotos

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 set 2025 14:19

Editado porAndre Amaral  em  15 set 2025 23:22

pub.
pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.