A Proposição 50, como é conhecida, autoriza mudanças no mapa dos distritos de votação para o Congresso norte-americano até 2030 e é uma resposta do governador da Califórnia (costa oeste), Gavin Newsom, a alterações no estado do Texas (sul) destinadas a beneficiar o Partido Republicano.
"Deus nos ajude se perdermos na Califórnia", escreveu o governador num email enviado aos eleitores democratas. "Talvez tenhamos tido a nossa última eleição livre e justa", continuou.
A Proposição 50 (ou Prop 50) é "uma resposta directa à manobra republicana para concentrar o poder, orquestrada pelo Presidente [norte-americano, Donald] Trump e pelos líderes estaduais no Texas, que redesenharam os distritos eleitorais para obter mais cinco lugares", descreveu o Partido Democrata da Califórnia no seu website.
Se for aprovada, a medida vai estabelecer novas fronteiras em vários distritos e anular os cinco assentos republicanos desenhados no Texas ao dar mais cinco aos democratas da Califórnia.
"Com uma maioria na Câmara dos Representantes, os democratas podem lutar contra Trump e a agenda MAGA dos republicanos", prometeu o Partido Democrata da Califórnia.
A agenda MAGA refere-se ao 'slogan' Make America Great Again (Tornar a América Grande Outra Vez, numa tradução livre).
As sondagens mostram que as hipóteses de o "sim" vencer são grandes, dando a Gavin Newsom uma vitória eleitoral a caminho do último ano como governador.
A mais recente pesquisa Berkeley-Los Angeles Times mostra que 60% dos eleitores apoiam a Prop 50, enquanto 38% pretendem votar "não".
A percentagem de indecisos é muito baixa (2%) e o sentido de voto segue as linhas partidárias, com 90% dos democratas a votar "sim" e uma proporção similar de republicanos a votar "não".
Esta votação tem merecido grande destaque em anúncios de campanha e atraiu cerca de 158 milhões de dólares em donativos nos últimos três meses, com os democratas a gastarem mais do dobro do que os republicanos.
Nomes notáveis do partido, incluindo o antigo presidente norte-americano Barack Obama, têm aparecido em anúncios televisivos a defender o "sim".
"Os resultados sugerem que os democratas foram bem-sucedidos a enquadrar o debate em torno da proposição como apoio ou oposição ao Presidente Trump e republicanos nacionais, em vez de ser em torno da preferência geral dos eleitores por distritos não partidários", apontou, em comunicado, o co-director do Instituto de Estudos Governamentais da Universidade de Berkeley, que conduziu a sondagem.
Pesquisas anteriores do Public Policy Institute of California, CBS News/YouGov e Emerson College também colocaram o "sim" à frente.
A fasquia é elevada porque pode determinar o controlo da Câmara dos Representantes nas eleições intercalares de 2026. A câmara baixa do Congresso é controlada pelos republicanos, mas com uma margem muito pequena, 219 contra 213 democratas.
Os cinco assentos conseguidos pelo redesenho no Texas podiam levar os republicanos a manter o controlo da câmara, mas tal esforço seria anulado pela contramedida na Califórnia.
Os 52 distritos actuais na Califórnia foram desenhados por uma comissão independente aprovada pelos eleitores e não estava prevista qualquer alteração até 2030.
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