Homem por norma discreto e de bastidores, mas com enorme influência política, foi ministro da Defesa do presidente George Bush, no período coincidente com a primeira Guerra do Golfo [Pérsico], desencadeada pela invasão do Kuwait pelo regime iraquiano de Saddam Hussein, no início da década de 1990.
Cheney foi depois 'vice' de George W. Bush, aquando da invasão do Iraque e deposição, precisamente, de Hussein, já no começo do século XXI.
Era um dos "homem fortes" daquela Administração dos Estados Unidos da América (EUA), que teve que enfrentar os ataques terroristas às torres gémeas de Nova Iorque e ao edifício do Pentágono.
Foi um defensor intransigente de medidas extraordinárias de vigilância e métodos nada ortodoxos para com suspeitos e prisioneiros na guerra ao terrorismo.
Já com um transplante de coração e fora da vida política ativa, Cheney tornou-se 'alvo' do atual presidente dos (EUA), Donald Trump, porque a sua filha, Liz, foi uma das vozes críticas do Partido Republicano face às ações disruptivas do chefe de Estado, após a derrota eleitoral que o despejou da Casa Branca, em 2021, como o assalto ao Capitólio.
No ano passado, Cheney, que sobreviveu a cinco ataques cardíacos ao longo da vida, assumiu mesmo que iria votar na candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, e chamou cobarde a Trump.
Devido ao seu complicado estado de saúde, o antigo vice-presidente norte-americano declarou em 2013 que acordava sempre "com um sorriso na cara, agradecido pela dádiva de mais um dia", algo desconcertante para muitos observadores, dado o seu passado belicista.
"Sou a mente diabólica que está a um canto e que ninguém vê sair da toca? (...) É uma boa maneira de funcionar até", declarou em tempos aquele que foi um dos maiores adeptos do intervencionismo externo dos EUA, apoiado pelos chamados 'falcões' da indústria das armas e da Defesa norte-americanas.
"Ele tem o perfil ideal para ser o 'n.º 2' perfeito. É discreto e reservado, extremamente leal", descreveu o amigo de infância de Casper, no Wyoming, Dave Gribbin.
Dick Cheney nasceu em Lincoln, Nebrasca, em 30 de janeiro de 1941, filho de um funcionário do Departamento Federal da Agricultura e foi chefe de turma no liceu e co-capitão da equipa de futebol americano local, antes de obter uma bolsa para estudar na respeitada universidade de Yale, onde apenas ficou um ano.
De volta ao Wyoming, frequentou a universidade estadual e casou com a sua namorada da juventude Lynne Anne Vincent, em 1964, nascendo depois Liz e a irmã Mary.
As primeiras funções políticas levaram-no a Washington em 1968, como assessor no Congresso, tornando-se 'delfim' de Donald Rumsfeld, outro antigo ministro da Defesa, na década de 1970, com Gerald Ford, e novamente com George W. Bush.
No início da década de 1970, Cheney conseguiu a primeira de cinco eleições para o Congresso até entrar para a Casa Branca de Bush pai como ministro da Defesa, em 1989.
Entre as duas passagens pelos bastidores da Casa Branca, Cheney dirigiu a empresa de construção Halliburton Corporation.
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