MP espanhol pede prisão preventiva de ex-ministro por corrupção

PorExpresso das Ilhas, Lusa,27 nov 2025 14:21

A procuradoria anticorrupção espanhola pediu hoje prisão preventiva do ex-ministro dos Transportes José Luis Ábalos, acusado de irregularidades nos contratos públicos para compra de máscaras no auge da pandemia de covid-19, alegando existir risco de fuga.

Segundo a agência de notícias espanhola Europa Press, que diz basear-se em fontes judiciais, o procurador anticorrupção, Alejandro Luzón, e os representantes judiciais dos queixosos, liderados pelo Partido Popular (PP), pediram ao juiz que o ex-ministro socialista seja detido sem possibilidade de pagamento de fiança.

Se o pedido for aceite, José Luis Ábalos tornar-se-á o primeiro deputado espanhol em funções a ser preso preventivamente.

A defesa do deputado argumentou, por seu lado, que prender o ex-ministro antes do julgamento, e, portanto, sem condenação, é uma violação do seu direito a representação política.

Além disso, argumentou, se quisesse fugir, o ex-ministro tê-lo-ia feito nos sete dias que teve desde que o juiz convocou a audiência para rever as suas medidas cautelares, pelo que considerou o pedido como uma forma de o pressionar a cooperar.

Ábalos, que chegou ao Supremo Tribunal hoje cerca das 09:15 (07:15 em Cabo Verde), com uma mochila, e onde o aguardavam dezenas de jornalistas, dirigiu-se brevemente ao juiz durante a audiência para lhe assegurar que não havia risco de fuga.

A sessão realizou-se na sequência de um pedido do Ministério Público e dos autores da queixa para que o juiz revisse as medidas cautelares de Ábalos e do seu ex-assessor ministerial Koldo García, que tinham sido proibidos de viajar, tendo os seus passaportes sido confiscados, e obrigados a apresentarem-se em tribunal de duas em duas semanas.

Ao longo da investigação, o juiz reviu várias vezes as medidas existentes, mas o Ministério Público evitou sempre requerer prisão preventiva, embora os autores da acusação o tenham feito diversas vezes.

Até agora, o juiz tem seguido a linha traçada pela procuradoria anticorrupção.

Ábalos, Koldo e o alegado intermediário no esquema, o empresário Víctor de Aldama, estão a ser julgados pelo alegado pagamento de comissões aos responsáveis políticos em troca da adjudicação de contratos para venda de material médico durante a crise do covid-19 à Soluciones de Gestión, ligada àquele empresário.

O Ministério Público pede uma pena de 24 anos de prisão para Ábalos e 19,5 anos para Koldo pelos alegados crimes de participação em organização criminosa, suborno, tráfico de influência, peculato e uso de informação privilegiada, além de uma multa de quase quatro milhões de euros.

Por sua vez, os representantes dos queixosos pedem penas de 30 anos de prisão para Ábalos e Koldo, que acusam dos mesmos crimes que o Ministério Público, além de duas acusações adicionais: abuso de poder e falsificação de documentos oficiais.

Tanto o Ministério Público como os queixosos pedem ainda uma pena de prisão de sete anos para Aldama, uma pena atenuada devido à sua "confissão", que serviu para expor o alegado esquema de concessão irregular de contratos públicos que teria como líder o ex-secretário de organização do PSOE, ex-número dois do partido que governa Espanha, Santos Cerdán.

Foto: depositphotos

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,27 nov 2025 14:21

Editado porSara Almeida  em  12 dez 2025 21:19

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