Jorge Carlos Fonseca deslocou-se, na semana passada, ao Brasil, para participar no encontro Ibero-americano de alto nível, em comemoração do Ano Internacional dos Afro-descendentes, que decorreu no dia 19 de Novembro, em Salvador da Bahia.
No final do encontro, foi assinada uma declaração que frisa a necessidade de "valorização das contribuições dos afro-descendentes na constituição das sociedades latino-americanas". Para Fonseca, o documento defende o respeito pelos direitos humanos, sobretudo no que diz respeito à igualdade de tratamento dos grupos raciais.
Mas o ponto alto da estadia de 24 horas no estado da Bahia, foi o encontro de Fonseca com a presidente Dilma Rousseff. O PR convidou a brasileira a visitar Cabo Verde, o que deverá acontecer no início de 2012. A presidente trará uma comitiva governamental e empresarial, com vista a analisar novas áreas de cooperação entre os dois países.
"Vindo esta forte delegação a Cabo Verde, estamos a fazer o trabalho de casa, ou seja, a abrir as portas e a aproveitar as oportunidades que nos oferecem", referiu Jorge Carlos Fonseca.
"As relações com o Brasil já são muito boas, mas com uma maior aproximação com uma economia emergente como a brasileira, um país muito importante no contexto internacional, Cabo Verde tem muito a ganhar", acrescentou.
Para o Chefe de Estado cabo-verdiano, há ainda várias áreas por explorar nas relações comerciais entre os dois países, sobretudo no sector dos transportes marítimos, energias renováveis, ensino superior e formação profissional.
Neste sentido, Fonseca garante que vai aproveitar os poderes que a Constituição lhe garante para "abrir portas" para o desenvolvimento da cooperação bilateral entre Cabo Verde e o Brasil.
Aliás, Fonseca considera que, num contexto de crise, Cabo Verde deve apostar na diversificação das relações internacionais, principalmente com os países considerados emergentes, de forma a captar investimentos para desenvolver a economia nacional. Apontou os exemplos do Brasil, da China e de Angola.
"O mundo está diferente e temos de captar investimentos de forma a que construamos uma economia susceptível de atrair fluxos financeiros internos e que exporte, porque a ideia de uma economia cujo epicentro são as ajudas externas está acabada e temos de crescer ", defendeu.