No Mundo contemporâneo, o processo de inúmeras transformações de ordem económica, política, social e desportiva processam-se e adaptam-se aos novos modelos de relações entre instituições e mercados, organizações e sociedade.
Já foram efectuadas diversas abordagens que têm procurado demonstrar que a integração de práticas de Responsabilidade Social na gestão quotidiana das empresas constitui uma mais - valia em termos de diferenciação, imagem/reputação, vantagem competitiva, legitimidade social e eficácia organizacional.
Nas diversas abordagens sobre RS, permitiram verificar que na maioria das empresas analisadas (33%) apresentam um carácter regular, mas informal, são práticas que caracterizam principalmente empresas de grande dimensão.
Uma boa percentagem das empresas em Cabo Verde tem nos seus estatutos e no site a visão de responsabilidade social, sem na prática executar essa missão. É mais por uma questão de imagem que no fundo não funciona. As actividades desportivas têm sofrido muito com isso por não conseguirem nunca ter os benefícios da missão empresarial dessas empresas.
Assim, as empresas em Cabo Verde não estão a ser eficazes, pois não utilizam a Responsabilidade Social enquanto prática de gestão empresarial e recurso estratégico para agregar valor acrescentado.
Ora vejamos, as organizações desportivas têm solicitado a essas empresas o apoio à prática desportiva no país, com o objectivo de desenvolver o desporto a nível nacional reduzindo assim, o alcoolismo, o abandono escolar, a violência e a obesidade.
Os apoios, as vezes até são de baixo valor, mas mesmo assim é recusado essa solicitação que sendo positiva poderia ter um retorno 6 vezes mais a comunidade em questão, repercutindo assim a imagem da empresa em diversos segmentos de mercado e permitindo a angariação de novos clientes. Mas se visitarmos o site dessas empresas, encontramos a responsabilidade social estampada e em destaque, informando que a empresa pratica esta acção em benefício da sociedade. Mas é tudo fachada e o Desporto tem sido prejudicado por essa falta de sensibilidade para com a comunidade.
Mas também convenhamos referir que alguns dos projectos desportivos apresentados as empresas que praticam responsabilidade social não têm planificação credível que justifique o apoio, e isso faz com que as empresas não apoiem a iniciativa mesmo que tenham objectivos cruciais para o desenvolvimento das crianças e jovens.
Entre essas empresas que de facto praticam a responsabilidade social podemos destacar; a ASA, FICASE, CAVIBEL, CV MÓVEL, entre outros. Mas há muitas que não praticam esses hábitos e que não vale a pena destacar pela negativa.
O apoio ao Desporto tem um retorno não financeiro às empresas, mas sim humano, permitindo assim uma sociedade mas justa e mais equilibrada. As empresas ganham novos clientes no futuro, é um investimento a longo prazo na formação de um homem novo, capaz de transpor barreiras no futuro.
Por isso, faço um apelo a todas as empresas em Cabo Verde; apoiem o desporto e pratiquem realmente a responsabilidade social. Analisem seriamente os projectos e desde que sejam credíveis devem ser apoiados, mas também devem ser exigentes em solicitar o Plano de Actividades e Orçamento Actual do Organismo Desportivo, bem como o Relatório de Actividades e Contas do ano transacto.
Carlos Alberto Garcês Morgado