Inverdades não devem fazer escola na nossa terra!!!

PorExpresso das Ilhas,27 jul 2014 10:45

No passado dia 12 do corrente mês, ouvindo o Programa Radiofónico “ESPAÇO PÚBLICO”, que tinha como convidado o Dr. Ulisses Correia e Silva, na qualidade de líder do MPD, pude reter, por me dizer respeito, a afirmação de um participante de Santa Cruz, que se identifica por “Zurique”, que sintetizo no seguinte:
“Que o Dr. Ulisses, quando era Ministro das Finanças, pôs, sublinho pôs, o seu pai presidente de uma Associação de Banana em Santa Cruz”.
Embora o Sr. “Zurique” não tivesse mencionado o meu nome, como o nosso meio é pequeno, sabe-se, no entanto, que é de mim, Virgílio Correia e Silva, que o mesmo se referia.
Por isso, entendi por bem reagir à sua afirmação, esclarecendo o seguinte:
Salvo o devido respeito, a afirmação do Sr. “Zurique”, faz-me pensar que o mesmo se revelou desconhecedor do que é uma Associação, por que se a conhecesse, não faria tal afirmação, ou então fê-la de forma maldosa, o que é inaceitável.
Como é sabido, o exercício de qualquer cargo dentro de uma Associação só é possível por eleição entre os sócios, e nunca posto arbitrariamente, ainda por cima por alguém estranho à própria Associação, no caso o Dr. Ulisses Correia e Silva, pois que se tratava de uma Associação de Produtores de Banana para Exportação, regida por estatuto, e tanto quanto sei o Dr. Ulisses não era sócio da Associação, e nem sequer detentor ou cultivador de qualquer parcela de terreno com plantações de bananeira, condição necessária na altura para se ser sócio da Associação. Mesmo assim, seria necessária a demonstração de interesse por parte do interessado em ser sócio.  
Desde o primeiro momento, a Associação de Produtores de Banana para Exportação, presidida por mim, no período de Julho de 1997 a Setembro de 1999, durante toda a fase de implementação do “Projecto de Reabilitação da Fileira de Banana para Exportação”, no concelho de Santa Cruz, financiado pela União Europeia, no quadro do STABEX, teve como interlocutores institucionais, o Serviço do Ordenador Nacional do FED (Fundo Europeu de Desenvolvimento), que funcionava no então Ministério da Coordenação Económica, e a Delegação da União Europeia, ainda hoje, sediada na Achada Santo António, desta cidade, e não o Ministério das Finanças, como se pretende fazer crer, tudo numa clara e vã tentativa de manchar o nome das pessoas. Os encontros com as referidas Instituições eram regulares para a feitura do ponto de situação da implementação do Projecto.
Por isso, a afirmação do Sr. “Zurique” está eivada de uma grande falsidade.
Comportamento do tipo, na circunstância e contexto em que teve lugar, pode prestar a ser interpretado como sendo de alguém que esteja a gravitar à volta de alguma coisa, quiçá, para a sua sobrevivência!!! Se assim for, é pena!!! Porque não dignifica ninguém!!!
A Associação que dirigi, diga-se de passagem, com os técnicos a ela adstritos no quadro do Projecto atrás referenciado, ajudou, e de que maneira, a reabilitar a fileira da banana no concelho de Santa Cruz, com resultados irrefutáveis. Tenho comigo o registo de imagens das viçosas plantações das duas maiores áreas contempladas- Justino Lopes e Monte Negro.
Segundo consta, as plantações de Justino Lopes mantiveram-se até meados de 2007.
Por isso, não compreendo que, de quando em vez, se ouve falar do declínio das plantações da propriedade Justino Lopes, atribuindo culpa a quem não a tem. Se nisso houver interesse, bastava procurar saber junto da própria Empresa Agrícola Justino Lopes, as verdadeiras razões do seu declínio, já que caberia a cada dono ou cultivador da sua parcela cuidar das suas plantações de forma conveniente e poder colher os melhores resultados.
A título de exemplo, pode-se citar o bem-sucedido caso das plantações agrícolas de Monte Negro, de igual ou superior superfície das da Empresa Justino Lopes, plantações essas também beneficiadas pelo Projecto de Reabilitação da Fileira de Banana para Exportação, ainda hoje bem cuidada e gerida, factores que considero essenciais para o alcance de bons resultados.
Existem, igualmente, outras plantações que mereceram idêntico tratamento, que também se mostram claramente o benefício conseguido.
É preciso ainda dizer que a Associação não explorava parcela de nenhum sócio, o que equivale dizer que cada sócio explorava a sua própria plantação, de forma autónoma.
Ressalvo, no entanto, o eventual caso de força maior, que não sei se teria acontecido com as plantações da Empresa Agrícola Justino Lopes.
A única coisa que posso garantir é que por lá não passou nenhum Tsunami, nem caiu qualquer bomba atómica sobre as plantações a ponto de arrasar tudo aquilo.
A execução do Projecto de Reabilitação da Fileira de Banana para Exportação, obedeceu a um padrão de transparência que está devidamente espelhada num documento publicitado no Jornal Expresso das Ilhas, edição nº 294, de 25 de Julho de 2007, pagina 14, podendo ser consultado por quem nisso estiver interessado, documento através do qual se dá conta de como funcionou a gestão de fundos do Projecto.
Para além do mais, convém que fique aqui claro que as contas finais do Projecto foram auditadas em Setembro de 2003 por um gabinete independente AZIZ DIEYE, não se tendo encontrado nenhuma irregularidade na gestão financeira do Projecto (vide documento publicado no Jornal antes identificado).
Prestei mais de 30 anos de serviço na Administração Pública Cabo-verdiana, antes e depois da Independência, exercendo cargos de responsabilidade, numa altura em que não havia sequer meios sofisticados, servindo-se de ferramentas de trabalho, como os há hoje, com uma folha de serviço totalmente limpa, procurando sempre dar o meu melhor para Cabo Verde, mesmo depois de se ter passado à reforma. Por isso, repudio qualquer tentativa de pôr em causa a minha honestidade.
Deixei as funções de Presidente de Associação, por razões de saúde, depois de ter ultrapassado cerca de 3 meses sobre a data do término do meu mandato. Como se sabe, nenhuma Associação é constituída apenas por um elemento, ou seja só por Presidente.
Tentei por 3 vezes, reunir os sócios com vista à eleição, na altura, de novos órgãos sociais, sem resultado.
Da minha necessidade de deixar as funções de Presidente da Associação, por razões antes referidas, comuniquei a quem devia comunicar, na oportunidade, de forma que se segue:
A Presidente de Assembleia Geral;
Aos membros da Direção;
Ao Serviço de Ordenador Nacional do FED;
À Delegação da União Europeia.
É minha pura convicção de que a mancha não me pega, porque aqui, feliz ou infelizmente, todo o mundo se conhece, e sabe-se quem é quem. É próprio do meio pequeno. Por isso, não me encaixa o que se tem dito sobre a matéria.
Sou livre, e tudo que faço, procuro fazê-lo em sintonia com a minha consciência.
É tudo quanto se me oferece dizer neste momento.

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Autoria:Expresso das Ilhas,27 jul 2014 10:45

Editado porAndré Amaral  em  27 jul 2014 10:45

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