Paulino Viera manda tirar seu nome do Centro Cultural do Tarrafal de São Nicolau

PorExpresso das Ilhas,21 fev 2017 6:00

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(Carta enviada à Conservatória do Registo Notariado de São Nicolau).

Por “favor”!!!!...

Agradecia “profundamente”: que mandassem retirar, redondamente, o meu nome, “Paulino Vieira”, do Centro que se encontra ali no Tarrafal enganando as pessoas que é um Centro Cultural …, quando na realidade não passa de um centro de bebedeira para quem lhe apetece uma hora ou outra jogar a sua cartada e fazer o seu consumo; facturando a caixa: hora sim hora não, alguns encontros políticos: mantendo o nome em evidência: quando na realidade, eu próprio para conseguir tocar ali uma vez, pelo simples facto de a organização não ter sido caseira, tive que fugir dos boicotes. E mesmo para se fazer este centro com o meu nome nem sequer fui consultado. Fui contactado com um telefonema do “Benvindo de Oliveira” para assistir à inauguração, daquilo que eu nunca tinha sido consultado: que eu ignorei. Ao deixar as coisas arrastarem até agora, fui para ver se na realidade, um dia viessem a fazer alguma coisa de jeito, dado ao nome ali utilizado; mas nem por isso. Quando um dia eu tiver o meu Centro, trará os meus ensinamentos … a minha maneira de ser e os meus princípios. Se o nome já foi tirado pelo menos com a pintura, também que seja retirado da documentação: para não ter que acontecer da mesma forma que a sentença do ARMANDO ZEFERINO. Meu Deus, até dá vontade de rir!!!!

De repente dá-se-lhe por vitorioso daquilo que ele próprio dizia ser dele, levando-me a batalhar … e dar ao mundo a conhecer a sua história contada! - Tendo sido eu o arranjador, neste caso o responsável por tudo aquilo que estava sendo explosão, começando a despoletar e a trazer grandes complicações, por ser, ela, uma revolução: que ninguém mais já se lembrava, agora com todo o mundo querendo dar a cara, naquilo que antes ninguém tinha prestado atenção:

 

“Sôdáde de Nhâ Terra São Nicolau:”

Gravada para relembrar a época do meu pai. Armando conseguiu provar, na versão da Cesária; pois na do Nhâ Primeiro Lar ninguém se mexe: por ser um carimbo pessoal. De que o tema tinha sido feito por ele: ficando todo o mundo convencido de que ele tinha ganho a causa: quando na realidade, o caso tinha ficado na mesma, isto só foi feito para enganar, em que os direitos autorais iam continuar a ser dos mesmos donos antigos, que também tinham roubado a obra; isso já do conhecimento público, continuando a negociação na mesma já que o julgamento só tinha sido uma farsa!... Apenas para calar a boca aos praiabranquenses, quando viessem visitar a terra onde nasceu a música em que cantou a Cesária Évora, promovendo outra vez esta farsa! Desde que havendo um praiabranquense, mesmo que fosse falso, envolvido nesta história aí já ninguém reclamaria. Isto aconteceu cá em São Nicolau! Onde a verdade não conta … e o povo por conveniência tem medo da razão. Ficando uma pergunta no ar: quem terá feito a música Sôdáde???? …

 

ISTO SERÁ DESCOBERTO UM DIA! …

Aqui não há música de Cesária e nem do Armando Zeferino. Aqui há música de um povo que o Paulino Vieira revolucionou; deixe-me assumir. Criar estas estórias, escrita com “e” e não com “h”, arranjando esses compositores só tem a ver com ficar com os seus direitos, aquilo que já lhe pertencia por legitimidade. Direitos da explosão, direitos da expansão … direitos dos seus arranjos … direitos da sua idealização, direitos da sua criatividade, direitos da sua entrega, direitos da sua patente, direitos da sua produção. Qualquer pessoa que tivesse cantado em cima de tudo isso teria tido o mesmo sucesso; neste caso a Cesária Évora só apanhou boleia. O que significa que quem deveria estar recebendo homenagem, eram eles o Toy Vieira, Armando Tito, Vaiss …, e pessoas que veramente contribuíram para esta parada. O José da Silva … a Cesária Évora …, e toda essa malta interesseira andando à trás daquilo que se tornou moda, só foram e continuam sendo uns oportunistas que nunca tinham tido nada na vida: levantados pelo Paulino Vieira que os pôs no caminho do funcionamento. Eu apenas tentei ser razoável, deixando todo o mundo mentir: a ver se o povo caía na real sozinho. Mas o povo é cego!!!! Deixa-se cair em todas as enroladas.

Na realidade, alguém da Praia Branca terá feito a música “Sôdáde”. Mas essa pessoa não foi a pessoa do Armando Zeferino. Aquilo que significa que as placas colocadas na Praia Branca estão erradas. Não existe nenhuma “música” com o nome de “Morna Sodade”. Se passou a existir hoje: só se for para roubar os direitos autorais do seu verdadeiro nome: “Sôdáde de Nhâ Terra São Nicolau”! - Compositada pelo seu grande compositor Matias Santos Vieira… e revolucionada cinquenta anos mais tarde pelo seu próprio filho: Paulino de Jesus Santos Vieira, na época em que ajudado pelo irmão, Armando Tito e outros camaradas…, traziam à Cesária Évora ao colo: com todo o mundo apanhando boleia. José da Silva sabe, Praia Branca sabe, Cabo Verde sabe, todo o mundo sabe,… Apenas o mundo inteiro continua tentando se enganar. Praia Branca deveria estar hoje recebendo “uma nota” …, caso tivessem entendido a mensagem deixada numa profecia, de um homem que viu Praia Branca sendo um centro de atracção para os forasteiros que chegavam todos os dias visitando o seu povo. Santos Vieira!!!! - Homem que todo o mundo conheceu: - O GRANDE ENSINADOR DE PRAIA BRANCA E NÃO SÓ…, conhecido em todo o São Nicolau como o “grande mestre”: e ensinador, de todos os músicos sãonicolauenses. Na fotografia que se encontra estampada na placa cravada na “LAJA” dá para ver: Santos e seus pupilos. Mais propriamente dito; segundo naquela época: “SANTOS D`BIA FINA, MÁ SÊ COMPANHA!” Amanhã, quando for provado este esclarecimento, não digam que não sabiam da história. O Armando Zeferino só se limitou a cantar a música ensinada pelo seu mestre!!!! Para ser cantada no dia da despedida …, estando o Santos no violino: ele como o animador da festa como era o habitual …, ao começar ele a música e mandando o Armando Zeferino cantar. Juntamente com o resto da sua Companha! … Tendo ele Santos parado de tocar …, para observar a sua malta que estava-se comportando muito bem. Daí, ter saído a multidão!!!! Como se fosse para uma procissão! – Para levarem os embarcadistas ao ponto de partida…, tendo o Santos ficado no Grémio à espera dos seus pupilos para continuar a festa: tendo o povo voltado à sala, completamente convencido de que tinha sido o Armando Zeferino a tirar a música: segredo que pouca gente ficou a saber: pois Santos cantou a música pela primeira vez, gozando com os embarcadistas de São Tomé por baixo das suas janelas …, como uma forma de dizer risonhamente que eles tinham cavado a própria sepultura. Na serenata cantou ele com a sua própria boca! E para o dia da despedida, como ele ia estar no violino, ensinou a música ao Armando Zeferino, sendo ele compadre de uma das pessoas que iam embarcar. Segredo que ele, Armando Zeferino, levou para a cova, sem ter sido capaz de falar a verdade. Facto que eu vou ter que retocar um dia: evitando que a mentira suplante a nossa história: sendo esta história, a herança de todos os praiabranquenses: deixada por Matias Santos Vieira…, para o desafogo do seu povo. Mas nisso eu não estou interessado agora. Neste momento estou, mais preocupado com o Centro. Eu não quero ver mais o meu nome ali empoleirado. Façam favor.  

 

Paulino de Jesus Santos Vieira. 16 de Julho de 2016 .

 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas  nº 794 de 15 de Fevereiro de 2017.

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Autoria:Expresso das Ilhas,21 fev 2017 6:00

Editado porRendy Santos  em  21 fev 2017 10:40

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