Nho Sanjom... Nha Brava

PorJoão Germano Oliveira,11 jul 2018 6:27

Lá voltei à minha terra, à minha Brava, à minha Ilha das Flores como presidente da Comissão de Ética do Comité Olímpico. Com duas incumbências. Por um lado, numa perspectiva de quase missionário, apresentando às comunidades a “Cartilha de Ética e Desporto” publicada pelo COC, e por outro num registo mais institucional, homenagear os bravenses, com a entrega da medalha de ouro que o atleta olímpico Jordin Andrade conquistou o ano passado nos Jogos da Francofonia.

Como se sabe Jordin, embora tenha nascido nos Estados Unidos, tem raízes na Brava. Seu pai nasceu e passou parte da infância perto da vila de Nova Sintra. Foram as festas de São João, padroeiro da capital da Brava, houve competições desportivas também em Cachaço e Furna. Visando a valorização dos mais elementares princípios, depositei nas mãos do presidente da câmara Francisco Tavares, a cartilha e o troféu do velocista cabo-verdiano.
A Cartilha de Ética e Desporto é tão só isso. Uma cartilha. Um documento singelo de sensibilização.
Foi o que pretendi demonstrar a todos. À gestão camarária, aos membros do Clube Olímpico, a atletas, professores e alunos. A “Cartilha de Ética e Desporto” como um “documento criado com o objectivo de sensibilizar as crianças nas escolas, os desportistas e naturalmente as associações e todos os clubes para a prática da ética no desporto”.
Foi explicado o que se pretende com esta iniciativa. Dinamizar os valores olímpicos, de forma a criar junto dos amantes do desporto uma conduta que esteja à altura do “Fair-Play”, melhorar comportamentos no desporto, e incutir valores e princípios às crianças que iniciam as suas actividades.
“Pensamos ser fundamental que as crianças e jovens da tenra idade tenham conhecimento de algumas regras mínimas. Um livro bastante simples como a cartilha de outrora que nos ensinava o ABC de valores que nos ajudaram, e continuam a ajudar na condução de nossas vidas. Um livro de leitura fácil e que vai, com certeza, ajudar os amantes do desporto a interpretar as regras desportivas e, naturalmente, a sentirem-se sensibilizados para uma boa conduta, para a educação, a amizade, e o respeito pelos adversários”.
A “Cartilha de Ética e Desporto” disponibiliza mensagens aos diversos agentes desportivos como árbitros, treinadores, dirigentes, e à própria comunicação social, de forma a contribuir para a divulgação de um conjunto de informações, visando a valorização de princípios éticos na prática desportiva.
A cartilha passa de mãos em mãos e acaba na dos atletas. Com foco nas crianças em idade escolar.
“Há muitos valores que se estão a perder, principalmente no seio das camadas mais jovens.
E torna-se fundamental também sensibilizar dirigentes, para a necessidade de práticas mais saudáveis.”
Para este desiderato contamos na Brava com a parceria “determinante e preponderante” da comunicação social, do pelouro da juventude da Câmara Municipal, e do seu vereador, professor Mário Jorge Fernandes, como mensageiros privilegiados.
A “Cartilha da Ética e do Desporto” foi concebida pela antiga presidente dos Direitos Humanos e da Cidadania, Zelinda Cohen, e pretende dar um contributo à temática em Cabo Verde.
Segundo Galileu, “a um homem nada se pode ensinar. Tudo o que podemos fazer é ajudá-lo a encontrar as coisas dentro de si mesmo”. E, por isso, precisamos dos nossos mestres.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 866 de 4 de Julho de 2018.

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Autoria:João Germano Oliveira,11 jul 2018 6:27

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  11 jul 2018 6:27

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