Se perguntar a qualquer startup qual o elemento mais importante para que o seu negócio possa ter sucesso, a reposta é óbvia: o dinheiro. O financiamento é prioritário para as startups. Mas o problema é que o acesso ao financiamento nem sempre é determinante para o sucesso das startups. Na actual conjuntura económica e com o fenómeno da globalização precisa-se ter conhecimentos e experiências. Isto não quer dizer que o dinheiro não é importante. De facto, uma das razões para o fracasso das startups é a falta de financiamento. Embora a principal razão seja a necessidade do mercado, um problema que pode ser identificado e evitado pelos investidores que trazem dinheiro com conhecimento e experiência.
As startups não precisam de dinheiro, precisam de SMART MONEY. As startups precisam de investidores que tragam, não apenas, o dinheiro para a empresa, mas também que facilitem o networking entre as startups e os potenciais clientes, que tenham conhecimento e visão numa área crucial para as startups. Essencialmente, eles trazem experiências e conhecimentos do mercado para equipas que geralmente são inexperientes ou sem conhecimentos, contribuindo com insights importantes sobre o modelo de negócio, ou seja, eles investem seus Know-How para auxiliar as startups.
O SMART MONEY, um tema relativamente recente da autoria de Gruber (1996), consiste no dinheiro investido nas startups e que agrega conhecimento e experiência de investidor no mercado em que actua a startup.
A melhor tradução para este conceito seria “dinheiro inteligente”. Trata-se de dinheiro que vem da experiência e conhecimento de investidor que já tem muitos anos de experiência. Esses “pesos pesados” de negócios são inestimáveis para uma startup porque além de investirem seus dinheiros também investem seus conhecimentos. SMART MONEY alavanca e diminui o risco de fracasso do projecto de investimento. Uma startup pode ter todo o dinheiro do mundo, mas se não tiver um adequado conhecimento do negócio e do mercado onde irá actuar, terá grande probabilidade de falhar.
Também é muito importante saber o porquê do fracasso das startups. Como mencionado anteriormente, a principal razão para o insucesso das startups é simplesmente a nenhuma necessidade do mercado. Resolver os problemas que são interessantes de resolver, em vez daqueles que atendem a uma necessidade de mercado, esse é o problema primordial citado como a razão número um para o fracasso de várias startups. É muito importante pesquisar directamente o público-alvo para perceber se o seu produto ou serviço atenda as suas expectativas.
O outro motivo para o fracasso das startups, como provavelmente previsto, é o dinheiro. Inteligente ou não, o dinheiro precisa fluir para que qualquer startup possa-se tornar exequível. O dinheiro deve ser alocado da melhor forma possível e de modo a obter bons resultados. Deve ter um controlo rigoroso sobre as finanças e não dar um “passo maior que as pernas”.
O terceiro motivo para o colapso das startups, mas não menos importante, é a composição da equipa do trabalho. As startups precisam ter uma equipa diversificada. Devem trabalhar na capacitação das suas equipas, na promoção das formações e as estimular na partilha de conhecimentos e ideias. E não fazer as contratações por indicação.
Essas três principais razões para o fracasso das startups podem ser resolvidas com a abordagem correcta de gestão de cima para baixo. Cada uma dessas razões pode ser resolvida com o SMART MONEY. A estrutura de gestão permitirá que contratações correctas sejam feitas. Investidores inteligentes podem identificar as pessoas certas para a equipa e auxiliar na contratação das pessoas que levará a empresa a bom porto.
As startups consideram que o dinheiro é a chave do sucesso, mas não é bem assim. Elas precisam de know-how e networking. Muitos especialistas afirmam que “um dos erros, que os empreendedores cometem para encontrar financiamento é concentrar demasiado tempo na obtenção de financiamento e não dar devida atenção a quem está a fornecer os recursos”.
Steve Jobs, fundador da Apple e um dos maiores génios do mundo de negócios, deu um conselho brilhante para as startups: “Não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizê-las o que fazer; nós contratamos pessoas inteligentes para que elas nos digam o que fazer.” Para ter sucesso, deve-se contratar pessoas experientes e inteligentes.
Os gestores inteligentes querem trabalhar com investidores que fornecem, não apenas, o dinheiro, mas também experiência, tempo e acesso a networks - e isso é muito importante para empresas que querem alavancar os seus negócios.
Então, a questão que se põe é a seguinte: onde pode-se ter acesso ao SMART MONEY? A resposta poderá ser dada pelas startups que sobreviveram e que tornaram os seus negócios viáveis. Markus Villing, CEO do Unicornio Taxify (empresa avaliada em mais de dez mil milhões de dólares), e o mais jovem CEO europeu afirma que: “o sucesso resume-se apenas a trabalho árduo.”
O tempo é dinheiro. O SMART MONEY estará presente para lhe orientar durante toda a vida da sua empresa e também poder-lhes-á ajudar a encontrar capital adicional quando precisar.
O segredo é ter uma boa rede de contactos que o permita aproximar dos potenciais clientes e parceiros. Eles compartilham os seus networking fazendo com que os clientes e parceiros aproximem rapidamente à empresa, algo que as startups sozinhas poderiam ter algumas dificuldades em conseguir.
Pensar de forma estratégica e atrair investidores certos, é um dos segredos para captar dinheiro inteligente.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 896 de 30 de Janeiro de 2019.