Coligação Desportiva de Refugiados

PorLEONARDO CUNHA,20 dez 2019 14:51

Durante os Jogos Olímpico de Rio 2016 uma equipa composta por refugiados sobre a bandeira do COI. Este foi um claro sinal de esperança e transmissão dos ideais olímpicos, sendo aclamado por várias organizações internacionais como um ato simbólico para a mitigação da crise de refugiados.

Como legado desta participação, o Comité Olímpico Internacional (COI) criou em setembro de 2017 a Fundação Olímpica de Refugiados (Olympic Refugee Foundation). Esta fundação dedica-se a criar instalações desportivas seguras, básicas e acessíveis em áreas onde haja refugiados, uma população migrante deslocada ou pessoas deslocadas internamente. São instalações onde todas as crianças e jovens podem praticar desporto e aproveitar os múltiplos benefícios do desporto. Igualmente a fundação tem a missão desenvolver atividades desportivas que possam ser implementadas com sucesso nesses ambientes seguros.

Na última reunião organizada pela agência de refugiados das Nações Unidas (no passado dia 17 de dezembro em Genebra na Suíça), o COI anunciou através do seu presidente Thomas Bach que quer trazer cada vez mais atletas refugiados para grandes competições. Esta ideia teve um apoio incondicional e consiste basicamente na criação de uma coligação desportiva de refugiados.

Neste fórum participaram 193 países membros que compõem a ONU e na ocasião várias promessas foram feitas para tentar melhorar a vida de refugiados ao redor do mundo. Thomas Bach referiu que “Esta é a primeira vez que uma coligação de parceiros tão ampla se reúne especificamente em torno do desporto. Isso ilustra, portanto, o poder unificador do desporto. O COI apoia os refugiados através do desporto há muitos anos. Para os Jogos Olímpicos Rio 2016, criamos a Equipa Olímpica de Refugiados do COI e, para ampliar nosso envolvimento, lançamos mais tarde a Fundação Olímpica de Refugiados. Em todos os nossos esforços, estamos trabalhando em estreita colaboração com a ONU”.

Esta nova coligação foi assinada por mais de 80 organizações desportivas e da sociedade civil. Entre essas organizações estavam várias organizações não governamentais. Nos termos do documento foram desde já anunciadas três medidas. A primeira é promover e garantir o acesso de refugiados às instalações desportivas seguras e inclusivas, em complemento á missão da Fundação Olímpica de Refugiados. A segunda é aumentar a disponibilidade de eventos desportivos em comunidades de refugiados. Por último, promover a igualdade de acesso e a participação de refugiados em eventos e competições desportivas a todos os níveis. A ideia do Comité é a de inserir cada vez mais atletas nos Jogos Olímpicos aumentando a sua participação já no próximo ano nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no Japão.

Esta iniciativa, é da máxima importância, pois a crise de refugiados afeta mais de 65,3 milhões de pessoas que se encontram deslocadas numa situação de extrema vulnerabilidade. A visão da humanidade em relação a esta crise que assola o nosso desenvolvimento define em larga medida o nosso futuro. Aqui o Desporto, mais uma vez, tem um significativo papel para o desenvolvimento da humanidade e na construção de um mundo melhor.

*o autor escreve de acordo com as regras do AO90

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Autoria:LEONARDO CUNHA,20 dez 2019 14:51

Editado porSara Almeida  em  20 dez 2019 14:51

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