Desenvolvendo a Cooperação e Partilhando Oportunidades, China e Cabo Verde em Acção

Embaixador da China
Embaixador da China

No dia 4 de Novembro de 2020, a 3a Feira Internacional de Importações da China (China International Import Expo - CIIE) foi inaugurada em Xangai, China. Sua Excelência Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, presidiu à cerimónia de abertura e proferiu o discurso principal. O Ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Monteiro, foi convidado a assistir à cerimónia por videoconferência, sendo a terceira vez que ele participou na CIIE em nome do governo cabo-verdiano.

Dois anos atrás, em 5 de Novembro de 2018, Xangai acolheu a inauguração da 1a CIIE. O Presidente Xi fez um discurso intitulado "Trabalhamos Juntos para Fazer a Economia Global Aberta, Inovadora e Inclusiva". Ele destacou que a CIIE é a primeira feira de importação organizada por um país mas voltada para o mundo, pelo que também é uma grande iniciativa na história do comércio global. Sendo uma decisão importante tomada pela China no sentido de ampliar ainda mais o seu acesso ao mercado do mundo, o evento demonstra a posição consistente da China que é apoiar o sistema do comércio multilateral e promover o livre comércio. O evento é uma das acções concretas da China para promover a construção da economia mundial aberta e da globalização económica. Através da CIIE, a China espera oferecer uma plataforma para ajudar amigos de todo o mundo que podem aproveitar as oportunidades contidas no processo do desenvolvimento do nosso país e ao mesmo tempo, aprofundar a cooperação do comércio internacional, em prol da prosperidade e progresso comum. A primeira Feira, cuja área total de exposição excedeu os 300.000 m2,contou com mais de 3.600 empresas provenientes de 172 países, regiões e organizações internacionais, atraindo mais de 400 mil compradores nacionais e estrangeiros que queriam crescer e prosperar seu negócio.

No discurso, o Presidente Xi salientou que o mundo está numa nova fase de desenvolvimento, transformação e ajuste. O bem-estar sócio-económico dos países está cada vez mais ligado e a reforma do sistema de governança global e da ordem internacional está ganhando velocidade. Por outro lado, a economia mundial está a passar por mudanças profundas. O proteccionismo e o unilateralismo estão ressurgindo, a globalização económica vem sofrendo um golpe e o multilateralismo e o sistema do livre comércio estão enfrentando ameaças. As incertezas e instabilidades ainda perduram e também os riscos e desafios. Vivendo num mundo tão complexo, precisamos de captar a tendência subjacente do tempo, aumentar a confiança no futuro por meio da abertura e da cooperação. Pode observar-se que a globalização económica é o rumo irreversível da história e tem capacidade de alavancar o desenvolvimento global. A abertura e a cooperação são as principais forças motrizes que dinamizam as actividades económicas e comércio internacional, e é essencial para garantir o progresso contínuo da humanidade. A visão de fazer um mundo melhor para todos apela aos países para que ajam com mais coragem e defendam activamente a abertura e a cooperação em prol de um desenvolvimento comum. Para o efeito, é fundamental todos os países buscarem um crescimento mais inovador e inclusivo, acelerarem a transformação económica e, enfim, criar todas as condições para que a nossa cooperação seja benéfica para todos. Além disso, devemos superar as divergências e utilizar as vantagens respectivas para responder conjuntamente aos riscos e desafios. Nesta perspectiva, precisamos continuar a implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, reduzir os desequilíbrios do desenvolvimento global, e trabalhar para que a globalização económica seja mais aberta, inclusiva, equilibrada e os frutos da mesma sejam mais acessível para todos.

Na cerimônia de abertura da 2a CIIE em Xangai que decorreu no dia 5 de Novembro de 2019, o Presidente Xi Jinping fez o discurso principal intitulado "Abertura e Cooperação para um Futuro Compartilhado", enfatizando mais uma vez que a globalização económica é tendência do tempo e os problemas da economia global não podem ser resolvidos por nenhum país sozinho. Para que a economia mundial seja mais aberta, inovadora e equitativa, devemos implementar a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, aumentar o apoio aos países menos desenvolvidos, e produzir resultados mais palpáveis e mais próximos ao povo. Portanto, a China vai tornar os seus mercados mais abertos e acessíveis e, ao mesmo tempo, continuar a optimizar o sistema comercial, melhorar o ambiente dos negócios e aprofundar a cooperação multilateral através da construção conjunta do Cinturão e Rota. Estamos de braços abertos para todo o mundo para oferecer mais oportunidades no contexto do nosso mercado, investimento e crescimento, com o fim de alcançar um desenvolvimento colectivo.

No dia 4 de Novembro de 2020, o Presidente Xi presidiu à abertura da 3ª CIIE em Xangai e apontou que a CIIE deste ano foi inaugurada num momento especial. A pandemia da Covid-19 que atinge todos os continentes pegou-nos todos de surpresa, e causou impactos devastadores na economia mundial. Garantindo a adopção efetiva das medidas sanitárias, a China conseguiu realizar este evento comercial global conforme planeado, evidenciando o desejo sincero da China de partilhar suas oportunidades de mercado com os outros países e contribuir para a recuperação económica global. Nos últimos três anos, desde a sua criação, a CIIE permitiu aos produtos em exibição tornarem-se em mercadorias comercializadas e os expositores em investidores, facilitando a troca de ideias novas e criativas e conectou a China e o resto do mundo. Servindo como uma plataforma importante para compras internacionais, promoção de investimentos, intercâmbio cultural e cooperação internacional, a CIIE é agora um bem público para todos. No entanto, no contexto da pandemia da Covid-19, o ritmo de abertura da China permanece rápido. Embora a pandemia da Covid-19 acentue a instabilidade e incertezas sobre a economia, o processo de abertura e cooperação não foi suspenso. Diante disso, precisamos de nos comprometer com uma abertura caracterizada por benefícios comuns, responsabilidades conjuntas e governança compartilhada. A Covid-19 é um lembrete gritante de que vivemos numa comunidade com um futuro compartilhado. Perante uma crise global, ninguém está imune. A saída correcta é solidariedade e cooperação. A China já atingiu 1,4 bilhões de habitantes, dos quais a classe de renda média ultrapassou 400 milhões, sendo o mercado mais promissor do mundo. Estima-se que as importações acumuladas da China vão ultrapassar os US$ 22 trilhões na próxima década. Aliás, a indústria manufatureira chinesa está fazendo uma parte fundamental nas cadeias industriais e de suprimentos globais e a enorme demanda do mercado nacional da China continuará a apresentar potencialidades infinitas de inovação. O novo coronavírus configura-se um teste difícil para todos os países. No caso da China, obtivemos conquistas estratégicas com esforços extraordinários e a economia está se recuperando progressivamente. Acima de tudo, o povo chinês tem marcado a sua forte presença na luta global contra a pandemia por via da partilha das experiências e fornecimento dos suprimentos médicos à comunidade internacional. No futuro, a China permanecerá comprometida com a abertura, cooperação e solidariedade e espírito ganha-ganha. Vamos incessantemente expandir a abertura geral, ligar de forma mais efetiva o mercado interno e o externo e compartilhar elementos de produção e recursos com o resto do mundo. O objectivo é transformar o nosso mercado num mercado voltado para o mundo, compartilhado por todos e acessível a todos e dessa forma, podemos trazer mais energia positiva para a comunidade internacional.

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A China e Cabo Verde estão separados por milhares de milhas, e as condições nacionais são bem diferenciadas. Em 2019, o volume total do comércio dos dois países foi de US$ 64,23 milhões, do qual a exportação de Cabo Verde para a China foi de US$ 28,700, ocupando apenas 0,047% da exportação total de Cabo Verde. O facto é que há grande espaço a ser explorado por Cabo Verde no mercado da China. E o nosso mercado acolhe os produtos cabo-verdianos. Em 2018 e 2019, o governo cabo-verdiano enviou delegações a Xangai, China, para participar nas atividades da CIIE. Desde então, as empresas cabo-verdianas começam a aproveitar esta “janela” para apresentar os produtos especiais do país, o que veio a ser uma experiência útil. Vinho, queijo, café, entre outros produtos famosos do arquipélago foram todos expostos no Salão Cabo Verde, especialmente aos chineses. Como diz um dito chinês, uma jornada de mil milhas começa com um pequeno passo. O governo e as empresas de Cabo Verde aproveitam a CIIE-Xangai para procurar mais oportunidades de forma a aumentar as suas exportações para a China e a escala do comércio bilateral, o que vai ajudar Cabo Verde a aumentar não só as vendas dos seus produtos típicos, bem como a sua capacidade do comércio exterior. É de destacar que o Presidente Xi repetiu no discurso que os países devem implementar a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, aumentar o apoio aos países menos desenvolvidos para permitir que os resultados do desenvolvimento sejam mais acessíveis aos países e pessoas. O governo cabo-verdiano já formulou um plano de desenvolvimento para 2030 e deu início à construção da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente. Em Outubro deste ano, a revista "Foreign Policy" publicou um artigo intitulado "Cabo Verde está a transformar-se num hub global", referindo que Cabo Verde está a desenvolver uma estratégia própria para o desenvolvimento a longo prazo e as suas vantagens geoestratégicas estão atraindo a atenção do mundo e dos investidores. A agenda Cabo Verde Ambição 2030, enquanto estratégia de desenvolvimento sustentável desenvolvido pelo Governo em parceria com as Nações Unidas, com especial atenção à economia marítima, economia digital e economia verde, foca o posicionamento de Cabo Verde na geopolítica multipolar e na economia global no sentido de concretizar a diversificação e o desenvolvimento sustentável e inclusivo do turismo e sectores pertinentes e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável através da potencialização dos recursos endógenos.

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Há pouco tempo, o Ministro da Economia Marítima de Cabo Verde, Dr. Paulo Lima Veiga, assistiu ao 11o Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas – “Sessão para a Promoção de Investimento aos Países de Língua Portuguesa” e afirmou que o impacto da pandemia da Covid-19 tem sido enorme, mormente nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), que são muito vulneráveis a choques externos, como é o caso de Cabo Verde. O País depende fortemente do sector dos serviços, nomeadamente do turismo e do comércio externo. Neste momento, a sua prioridade é travar a transmissão do vírus, reduzir ao mínimo os seus impactos e vencer este desafio. E paralelamente, precisa de se preparar para relançar a economia para o pós-pandemia. Neste sentido, o Governo desenvolveu a Ambição Cabo Verde 2030, em prol de uma economia resiliente e diversificada e mais útil no mundo. Cabo Verde é um país de oportunidades. Um país estrategicamente bem localizado, no meio do mundo, entre a África, Europa e América, com estabilidade política, social e económica e um capital humano qualificado. O sector dos serviços, impulsionado pelo turismo, tem sido o sector principal para o crescimento e investimento de Cabo Verde. Todavia, o País quer acelerar o processo de diversificação da economia, não só através da diversificação do turismo e promovendo o seu desenvolvimento sustentável, mas também desenvolver a economia azul, a economia digital e as energias renováveis. Cabo Verde é um país marítimo, 99% do seu território é constituído por mar, sendo a dimensão da sua Zona Económica Exclusiva de quase 800 000 km2. O governo definiu a Economia Azul como um dos principais aceleradores do desenvolvimento sustentável de Cabo Verde. Neste sentido, no âmbito do desenvolvimento da Economia Azul, desenvolveu o projecto Zona Económica Especial Marítima em São Vicente, sendo o projecto pilar deste sector, no sentido de explorar as vantagens comparativas e os recursos do país, onde o objectivo é construir uma Plataforma Marítima e Logísticas Internacional, alavancar o desenvolvimento do País e servir melhor a sua região e o mundo. Tendo em conta que a China tem sido um parceiro do Governo de Cabo Verde até a presente etapa, o País quer que as empresas chinesas participem na implementação deste importante projecto.

Assim, gostaria de reiterar a nossa disponibilidade, sendo a China um parceiro confiável de Cabo Verde, para defender juntamente com Cabo Verde o princípio da abertura, cooperação e compartilhamento de oportunidades e aprofundar a cooperação pragmática enquanto lidamos com os desafios comuns, de forma a alcançar o desenvolvimento colectivo e contribuir para a construção da comunidade do futuro compartilhado para a humanidade.

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Autoria:Du Xiaocong, Embaixador da China em Cabo Verde,14 dez 2020 10:26

Editado porAndre Amaral  em  15 dez 2020 11:55

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